sexta-feira, dezembro 04, 2009

Puta medo do mar

Eu tenho um puta medo do mar daquela imensidão toda... As vezes tenho um puta medo de mim quando me vejo assim tão imensa. Tenho um puta medo de tudo que eu me reservo, tudo que há dentro da minha imensidão que eu não posso controlar... e eu quase não controlo nada.

Cabe em mim um maracanã para cada amigo querido distante, alguns muros de Berlin que coleciono com medo de ver o que há do outro lado, uma árvore de natal imensa de más recordações da infância e um daqueles edifícios gigantescos de Dubai de recordações de coisas boas que já vivi nessa vida. Eu só não sei onde exatamente cada coisa fica, não sei como organizar tudo, manter limpo e calmo esse lugar que eu nem sei direito onde fica dentro de mim.

E com tantas coisas para pensar, eu ainda tenho que me preocupar por que eu não consigo me livrar dessa saudade de você, não consigo explicar pra mim que não vale a pena que é melhor mesmo "deixar ir" que você não sente o mesmo nem pretende entender o que acontece com a gente. Sabe eu sinto uma puta falta da sua companhia, das conversas e dos passeios mesmo que alguns amigos digam pra mim que eu posso ter companhias melhores, mesmo assim, eu acredito no que acontece quando a gente divide momentos.

Eu tive que aprender tanto de você para conviver, e no momento, -bem nesse lugar onde estou para você- percebo que não aprendi o suficiente, entendo que não há nada mais para ensinar a você sobre como manter pessoas queridas por perto porque definitivamente você não é capaz de aprender.

Eu queria tecer novos momentos, eu queria compreender cada dia mais porque essa amizade é tão importante para mim, porque eu faço tanta questão de preservar você...

Eu queria entender porque eu gosto tanto do mar e ao mesmo tempo tenho tanto medo de não saber lidar com ele, de não entender onde ele quer me levar e de não conseguir pisar no chão.
Porque as coisas não podem ser menores, as imensidões transformadas em caixinhas de fósforo só por alguns dias, porque talvez assim eu consiga percorrer todos os caminhos que existem em mim e que infelizmente no momento é impossível chegar.

sexta-feira, novembro 27, 2009

Planos e Certezas

Eu tenho novos planos, eu sei que meus planos não são lá grandes coisas - porque sempre mudam - porém, pelo menos são MEUS. É, tem umas outras possibilidades batendo na porta e eu estou bastante tentada a abrir, você diria agora: Então abra essa porra logo caralho! Mas eu estou pensando, que dessa vez talvez eu devesse ir devagar. Nem sei como se faz alguma coisa devagarinho...
Mas é isso. Eu quero tentar desabrochar esse plano, pelo menos esse, devagarinho, pétala por pétala, sentir desabrochar aos poucos na hora dele, no tempo certo. Pela primeira vez esperar e não forçar que as coisas aconteçam no meu tempo. Tenho que fazer valer essa possibilidade, dar condições para que ela aconteça por mérito. Essa é a melhor alternativa para focar no momento.
É a vida ainda anda bagunçada, isso mesmo, sempre os mesmos problemas cada vez mais velhos e mais fracos - pelo menos -, queria muito dar uma volta com você de bicicleta, vamos? Sem destino, sem motivo, sem planos, nesse momento só seguir um caminho qualquer com você já seria grande coisa, é que as vezes, mesmo tudo me dizendo que não, as vezes eu sinto que caminhamos em caminhos diferentes... Penso e não tem problema se for mesmo assim, só queria que fosse as claras.
Só queria um papo, aquela passionalidade toda e um pouco de certezas, mesmo que momentaneas...

quarta-feira, novembro 04, 2009

Sobre os meus ex-namorados e eternos amigos. Sim eu sou amiga dos meus!

Estou procurando um bom título para esse post, espero que pelo menos até que eu o acabe encontre.
Tive - para algumas pessoas - muitos namorados, para mim, só o que era necessário ter. Todos eles são muito meus amigos, e eu os adoro. Sim, eu adoro os meus ex! Mesmo depois das brigas. Eu converso com eles, saiu com eles quando dá, aconselho e torço muito pela vida deles e eles pela minha. Estranho? Eu não acho, pelo contrário acho que não preservar a amizade é que é bem louco. Claro que alguns namoros realmente acabam muito mal e existem mesmo algum motivos que podem melar a amizade. No meu caso, aconteceram algumas vezes coisas ruins, que me decepcionaram muito, mas eu preferi encarar do melhor jeito. É, tá aí um campo da minha vida em que sou otimista.
Preferi conversar, ouvir, tentar entender e só terminar sempre que qualquer passo mais adiante acabe a amizade de vez. Prefiro que a amizade, o companheirismo e o amor permaneça. E é por isso que eu ainda os amo muito. Claro que o tipo de amor muda, mas não o interesse pelo bem estar, pela companhia e a cumplicidade. Alguns dos meus ex são as minhas ilhas, alguns deles são simplesmente o melhor lugar para entender algum problema, para chorar alguma mágoa ou para morrer de rir depois da maior merda inevitavelmente feita. São concerteza os melhores amigos para as melhores e piores horas.
Claro que isso confunde algumas pessoas um pouco, inclusive as suas respectivas namoradas (as vezes bastante ciumentas). Mas a gente acaba tirando de letra, porque é meio que impossível não acreditar numa amizade sem pretextos e meias verdades vinda da gente. E isso de ser boa e velha amiga dos ex é muito bom, porque mesmo o que foi mal acabado, perdido, dolorido e sofrido pra cacete se transforma num outro motivo pra fazer dar certo, pelo menos a amizade. Vira vontade de passar por cima e entender o que antes era impossível absorver, digerir, acompanhar, respeitar e principalmente aceitar.
Assim não apago com borracha ninguém da minha vida, até porque NÃO SE APAGA NINGUÉM DE VIDA ALGUMA, não preciso mentir pra mim internalizando o "desamor" e vivo sabendo que não passei por cima de nenhum sentimento bom, nenhum amor, mesmo o mais bobinho e imaturo porque concerteza todos eles me ajudaram a ser a pessoa que sou, ensinaram a tomar as atitudes que tomo e a viver o amor nessa atual relação como vivo. Sem cobranças inalcançáveis, com liberdade, com cumplicidade e respeito.
Sim, até o meu primeiro namorinho de portão faz parte desse meu casamento atual.

domingo, novembro 01, 2009

Sei lá se o que me deu foi dado, sei lá se o que me deu já é meu...*

E bum! Como se naquele exato momento tudo fizesse um sentido enorme a tempos, numa noite de insônia qualquer ouvindo as músicas deprê de sempre encontrei o que não me deixava entender o óbvio. É que eu ainda tenho algumas barreiras antigas, mas naquela noite, sim, aquela noite eram quase 4 da manhã, o teatro mágico ao fundo e eu entendi que não foi você que me deu esses meus rumpantes otimistas, o meu jeito bobo de fumar sentada na varanda vendo a madrugada passar me sentido a mais estranha das estranhas criaturas. Não, eu sempre fui assim mesmo antes de você, eu sempre fui a mais estranha das estranhas criaturas. E a única coisas que você fez foi me dar a possibilidade de ver isso em mim, dividir isso com você.
Porque o que eu achei que você tinha me dado já era meu, e agora eu estou muito mais tranquila por não te ter mais por perto, e finalmente entendi que não era você que me transformava nisso que eu tanto gosto de ser, era eu.

*teatro mágico.

sexta-feira, outubro 23, 2009

Adulta? Não, nunca.

As vezes acho que sou bastante forte, bancando a adulta a tanto tempo, acabo acreditando que sou esse ser elevado, esse "adulto" que tinha que ser um dia... Mas alguns segundos depois eu vejo um passarinho passar por mim tão livre, e isso me dá uma alegria imensa que parece que vai começar a transbordar, ligo o mp3 e ouço aquela música que sempre faz passa filminho na minha cabeça e eu acabo fazendo caras e bocas enquanto pedalo e todo mundo me olha, quando chego em casa e a gata me recebe na porta toda dengosa e cheia de carinho eu sento no chão para retribuir. E é assim que todo dia desfaço a certeza que sou esse ser elevado "adulto".
Porque eu sou tão pathos, porque eu sou tão louca por gente e palavras que nunca vou conseguir me distânciar o suficiente. E sinceramente nem quero.

quinta-feira, outubro 15, 2009

Bem no fundo*

no fundo, no fundo,
bem lá no fundo,
a gente gostaria
de ver nossos problemas
resolvidos por decreto
a partir desta data,
aquela mágoa sem remédio
é considerada nula
e sobre ela — silêncio perpétuo
extinto por lei todo o remorso,
maldito seja quem olhar pra trás,
lá pra trás não há nada,
e nada mais
mas problemas não se resolvem,
problemas têm família grande,
e aos domingos saem todos passear
o problema, sua senhora
e outros pequenos probleminhas

*Paulo Leminski

sexta-feira, outubro 02, 2009

Como você me doí vezemquando*

Sempre tive uma grande admiração por você, e não é difícil admirar você por tantos motivos. Sempre tive a certeza que o queria sempre perto, e fomos amigos próximos durante muitos anos. Um dia você me contou, depois de me fazer perder uns 3 ônibus para casa que você tinha se apaixonado por mim, e eu nunca tinha visto você tão desajeitado, tão sem palavras. E eu fiquei tão emocionada, apesar de já saber depois de uma fofoquinha amiga, mas ouvir de você deu um tom de verdade àquela dúvida.
Eu já tinha pensado na possibilidade de querer você, e eu mesma me convenci muito tempo antes da descoberta que eu era caótica e louca demais para alguém como você. Eu achava mesmo que tinha que rolar na lama dos poços que me ofereciam como possibilidade de amor pra achar alguém, eu achava que o meu caos só seria feliz quando se juntasse a um caos tão caótico quanto o meu. Mas eu me enganei.
Depois de muitas conversas, paciência e companheirismo, eu cedi, decidi tentar e estamos juntos desde de então, e esse mês faremos quatro anos. Quatro anos de amor, e porque não dizer quatro anos de luta. Pra mim, por muito tempo, você foi uma causa que valia a pena. Foi tão difícil ser inserida na sua vida, ser conhecida pela sua família tão comercial de margarina. E nela nunca fui aceita.
Hoje sou sua segunda família. Hoje moramos juntos e temos uma filha felina que nos dá muita felicidade. Depois de muita confusão pra você sair de casa e tentar a vida comigo, a ovelha negra.

É muito bom saber que você vai chegar em casa depois das sete, coisa boba né? Mas é sério, como a raposa do Pequeno Príncipe, eu começo a ficar feliz as seis da tarde só por saber que as sete você vem.
Mesmo nesse momento tão estranho que eu ando vivendo, mesmo você não entendendo nenhuma das minhas cobranças. meus medos ou atitudes. Eu queria dizer que hoje as 4 da tarde eu já fiquei feliz por saber que as sete estaremos em casa juntos. E mesmo com as minhas "brigas-monólogos que fazem todo o sentido pra mim e nenhuma lógica pra você", saiba que eu te amo desde que aceitei dividir esse sentimento com você, desde que deixei você entrar e habitar meu coração que vivia repleto de lama dos antigos poços.

Infelizmente estou tentando te dizer que ando infeliz, que você não tem me ouvido como eu queria, me querido como eu queria, me vivenciando como antes, e aguardo aquela conversa que só verdadeiros amigos-amores podem ter. Só não demora viu?


* Caio Fernando Abreu, Harriet.

terça-feira, setembro 29, 2009

Sobre porque eu não consigo acabar a faculdade.

Eu sinto uma falta daquelas tardes inteiras de aulas cabuladas, de bate-papo, debates políticos, sonhos e ideais. Não que eu ainda não os tenha, só estão aqui guardados embaixo de um pesado medo de me mexer. Saudades daquele vento no rosto, sol a qualquer hora sem protetor solar, cara limpa, ou melhor, cara suja de tinta e palavras de ordem. Sinto falta da "menina eu" que sempre tinha algo a dizer sobre tudo, que pensava enquanto falava (ainda faço isso, mas não do mesmo jeito), que sabia quem era e acreditava muito nisso. Da menina sempre de havaianas que nunca engoliu seco preconceito, ignorância e descaso.
Aquela menina que eu era que não tinha medo de policial nenhum, camburão, gente metida a besta, político corrupto e alienados em geral, que não tinha medo de não ter futuro, vivendo aquele presente intensamente. Dessa eu sinto falta. Porque vezemquando liga um amigo perguntando como anda a universidade, quando eu termino e então eu conto que desisti de mais uma matéria porque o professor(a) não era compromissado, que falava asneira, alienado mesmo. Que eu vou tentar pegar um melhor no próximo período, porque eu não pretendo fazer um curso capenga e etc. E só escuto críticas...
Ultimamente tenho tido muito medo, como se estivesse num barquinho apenas seguindo a corrente, me esticando para tentar ver o que há mais adiante e não há nenhuma terra a vista no momento. Claro que eu não ando me omitindo das decisões da minha vida, não essa não seria eu, só acho que no momento eu não estou sendo tudo que sou, tudo que posso ser. As vezes culpo o mundo e seus meios burrocráticos de fazer as coisas, as vezes eu saio apontando meu dedo durinho por aí colocando a culpa na metodologia de ensino atual, nos professores de merda, nos colegas de universidade alheios. E eu bem sei o quanto é errado sair julgando por aí. Mas eu sou essa e não posso, nem sei ser, compassiva com o defeito alheio, principalmente quando afeta tanto outras pessoas. Eu realmente não tolero e não acho que tenho que aprender a tolerar: Professor omisso, aluno apático, movimento de classe sem legitimidade.
Eu tenho andado por aí me perguntando será que nenhum universitário sentado naquela sala as nove da noite depois de um dia de trabalho duro se pergunta se aquele monte de loucuras que a lunática professora doutora terce não são verdades, que são reflexões bastante preconceituosas e de mal gosto. Será que ninguém quer pensar junto comigo, será que ninguém quer se juntar a mim e retirá-la daquele pedestal onde ela pensa estar e corrigí-la e repreendê-la?
As vezes eu me vejo tão pequenininha encostadinha num canto qualquer sendo apontada por tantas pessoas que me julgam com o dedo tão durinho quanto o meu. Dizendo-me: você precisa se formar, não interessa o que ela diz.; vão pra aula faz uma cara blasé e pronto.
E eu me lembro de um texto que eu li a algum tempo atrás no blog da Rê Penna sobre ser radical. E é exatamente como ela diz se ser radical é ser tudo que sou e fazer as coisas do jeito que eu acho que eu acho certo e melhor pra mim, eu sou.
Sabe de uma? Comigo não rola blasé e pronto.

sexta-feira, setembro 25, 2009

Sobre a minha dependência.

Sempre gostei de sair sozinha, ir ao cinema sozinha, e todas essas coisas que todo mundo gosta de fazer junto. Desde pequena já era capaz de avaliar os motivos (digo, interesses) que faziam as pessoas ficarem próximas a mim. E houve até uma época em que eu aceitei aquela relação parasita, por pura necessidade era como se eu pagasse pra uma coleguinha sair comigo, dormir na minha casa, assistir tv e dançar junto, toda criança precisa de companhia né não? Mas um tempo depois cansei daquilo, fiquei enojada mesmo, e tirei todo mundo da rota.
Comecei a brincar sozinha e não era tão ruim, sair sozinha e voltar até contente, e assim acabei acreditando que era independente. Tola. Como se a solidão fosse me dar isso, mas foi essa a definição de independência que a minha mãe me deu. "Ser independente filha é não ter ninguém pra dar satisfações ou para ter que ceder". Veio o mundo e as mudanças e quebraram minhas pernas de garota-independente-de-meia-tigela.
Mudei de escola, e troquei de casco, mais ou menos como um caracol. E eu acredito que foi aí que tudo mudou. Conheci pessoas, me apaixonei por elas, suas ideias e seus ideais, e eles se tornaram amigos, daquele tipo que eu não conhecia dos que furam a carne da gente e se instalam. Daqueles que a gente acaba amando tanto que até doí. Eu tive/tenho amigos assim. E eles eram bem diferentes dos meus amigos de menina, não estavam a fim de dinheiro ou brinquedos, estavam a fim de dividir a vida e os sonhos comigo, em partes iguais. E aí dentro das definições da minha mãe, descobri o que era ser dependente, e eu era.
Dependia e ainda dependo de alguns daqueles amores muito, muito do que sou se deve aqueles momentos intensos e eternos que vivemos. E mesmo que a minha mãe inundada de todo seu rancor a vida pelo que aconteceu com ela, me diga, que ser dependente é ruim, que faz mal, que não é certo e chega até ser burro. Mesmo assim, eu fui, eu sou e eu continuarem sendo dependente daquilo que vale a pena ser, como sou daqueles amigos.

*Esse foi um dos temas do blog que tenho com uns amigos, para saber mais acesse: http://tudoetodosaomesmotempoagora.blogspot.com

terça-feira, setembro 15, 2009

saí de cartaz.

É o que acontece no fim da temporada. Não foi isso que tivemos, uma temporada?
Se o texto fosse bom, se os atores tivessem química e a produção fosse competente, até dava pra estender um pouco mais. Mas não foi o que aconteceu, não é mesmo? Puro improviso, sem texto, personagens despreparados sem nenhum ensaio, sem produção ou verbas.
A vida é mesmo assim. E o segundo encontro das nossas vidas não seria diferente. Estavamos por nossa conta. Tinhamos tanto... (pelo menos pra mim - o suficiente), tantos sentimentos a serem trabalhados. Eu acabar te conhecendo mais, você ia entender meus devaneios e a gente ia acabar conhecendo uma outra eu, um outro você.
E onde fomos parar? Você não investiu em nós. Isso mesmo, você não acreditou que essa amizade era possível. E para fugir me tirou de cartaz, cancelou a temporada. E eu ainda estou me equilibrando depois do golpe. Estou tentando achar um meio, focalizar um bom sentimento, algum bom momento nosso. Estou tentando guardar o que há de bom em você, do mesmo jeito que fiz na primeira vez, na verdade, na mesma caixa. E essa será a última vez que entulharei a sua caixa em mim, essa foi a última vez que eu quis que você estivesse perto e dividisse coisas comigo.
"E é pra não ter recaída que não me deixo esquecer
Que é uma pena, mas você não vale a pena".

domingo, setembro 06, 2009

Deixo você ir...

Aqui sentada depois de ter vegetado o domingo todo. Sinto que aquela menina-mulher sorridente não está em casa. Será que ela saiu abandonando-me aqui num domingo qualquer sozinha? Entro na net leio todos os blog de sempre, os sites de sempre, as pessoas e suas vidas de sempre. Procuro um papo bom, um amigo também depressivo numa tarde de domingo pronto para um papo no msn a quilômetros de distância. Ninguém. Só eu mesma pra tirar folga de mim no domingo.
Eu andei abandonando pessoas e relações, queridas e intensas. Eu precisei abandoná-las por mim, por elas. Antes que tudo desse errado, antes que tudo deixasse de ser. Espero que entendam. Por mais que eu não quisesse, e eu não queria mesmo, eu tinha que fazer isso. E fiz e estou sofrendo as consequências disso. Sinto saudades... De algumas vozes ao telefone, de algumas visitas e pitadas de amor aqui e ali.
Mas infelizmente só o meu amor era puro o suficiente. Só o meu amor no fim de tudo existia. E novamente me dou conta que só existia do jeito que eu sentia para mim. Como uma criança que sai de casa aos 11 anos é sequestrada, tem duas filhas com o sequestrador e é libertada 18 anos depois (li reportagens demais hoje) após ter constituído "uma família" e até "afeto". Para o resto do mundo foi tortura, crime e violência, para ela e para as meninas já perdeu essa conotação.
Para mim também é quase isso (em outras proporções é claro) há quem dia que é joguinho, manipulação das boas, que é errado, que não vai dar noutra. Porém, para mim, são amigos que amo que vão embora, amigos que sinto saudades, pessoas que eu adoraria manter por perto por causa do "afeto" da "relação" que tinhamos. Eu nunca soube lidar muito bem com essa coisa de distanciamento. Pra mim sempre foi, olho no olho, dedo na cara quando necessário, um bate boca aqui e ali, conversas intermináveis, abraço e risadinha boba dias depois.
Mas eu cresci não foi? Tenho que começar a agir como um adulto bobo que é incapaz de resolver problemas e por isso foge deles.

obs: não generalizo.

quarta-feira, setembro 02, 2009

Não deixe que o "pensamento da boiada" faça você perder o rumo

Claro que eu não tenho certeza alguma sobre o que a vida que levo pretende, não conheço o roteiro não estudei as possibilidades, até porque as desconheço. Isso mesmo sigo assim ao sabor do vento...

Porém, e nisso sou bastante rígida, não deixo de saber nem por um momento o que não quero ser ou acabar sendo, o que não concordo e o que não apoio. Não sei onde estou indo, só sei que não estou perdido, acho que essa frase é bem batida, porém é bem assim que me sinto.

Tenho muitos amigos e muita coragem pra afirmar isso, e nós, mesmo com tantas coisas em comum somos muito diferentes. Escolhemos as vezes caminhos bastante distantes e acaba ficando até difícil de marcar um papinho. Essa possibilidade, ou melhor, essa realidade de não ser o outro me conforta. Mas é claro que ando por aí encontrando boiadas, que seguem o rumo do outro a tanto tempo que nunca foram capazes de perceber isso. Difícil né? Imaginar-se nessa posição, essa submissão toda. Mas acontece...
Pois é, o que importa mesmo é o que a gente é, os objetivos que a gente tem. Cada cabeça um mundo, e comigo é assim: cada mundo com seu guia.

sexta-feira, agosto 28, 2009

Um dia muito feliz dessa nova vida.

Eram exatamente 4 da manhã quando a nossa filhota felina nos acordou redecorando o apartamento, e usando a cama como arranhador. Eu acordei, você já estava sentado olhando para ela ao pé da cama, conversando, tentando explicar que aquilo era errado e convidando-a a subir na cama e dormir conosco, se era isso que ela queria. E bum! As vezes acontece, a ficha cai e eu fico boba boba, quase sem acreditar que já estamos juntos. E vê-lo assim tão paterno, tão sereno com a traquinagem da filhota me faz amar muito essa nova vida nossa.
A oportunidade de esticar o braço e tocar seu cabelo as quatro da manhã, antes de acordar pra trabalhar, antes de um dia normal pela frente, me faz querer muito essa vida. Amar muito essa oportunidade.
Nosso ap pequenininho vive cheio de conversas, risadas e beijinhos aqui e ali. E não importa se ainda falta muita coisa "material" pro nosso canto ficar bem bonito, estamos muito bem servidos de cumplicidade, afazeres compartilhados, afagos e compreensão. E isso basta.
Hoje quando era exatamente 4 da manhã eu agradeci a vida e aquela força superior, por dividir a vida com você, por compartilhar a vida da nossa filhota felina com você, de estar momentaneamente inundada de certezas e conseguindo lidar com elas. E foi difícil voltar a dormir, voltar a viver aquele momento como mais um, como se o cotidiano -justo naquele momento- não fosse festivo, como se não precisassemos de umas taças de vinho pra comemorar, como se não valesse a pena ligar para a amiga mais próxima pra contar que hoje exatamente as quatro da manhã eu percebi que a minha nova vida é muitíssimo feliz.

sexta-feira, agosto 07, 2009

A vida é isso mesmo não é? O que sempre esteve na minha cara e hoje se revela aos pouquinhos. É assim mesmo, existe o que se quer e o que se pode ter. Existe o sonho da gente e a realidade que a gente vive. Existem as relações que a gente acha que tem e as relações que a gente tem de verdade.
Existe o que poderia ser e o que é. Simples assim, e não adianta, tentar mudar, continuar sonhando, escrever sobre, convencer pessoas, criar palavra de ordem, ler livros, rever amigos, arrumar novos, tentar se explicar, porque as coisas são simplesmente como são.
E não adianta gritar por aí como tenho feito "estou seguindo sem fé alguma! Eu estou cansada..." ninguém vai me levar pr'um lugar bonito e feliz, ou até mesmo num auditório alugado por horas com muitos interessados a me ouvir tecer meus comentários sobre a minha falta de fé momentanea. É isso mesmo, nem eu acredito que essa minha falta de fé permaneça, porém ainda sim quero falar dela agora.
Eu acreditava que uma ideia, um ideal poderia mudar pessoas, governos, condutas. Eu acreditava que fazer parte de algo que fosse para o bem comum sem remuneração era obrigação social. Pra mim ainda é. Eu ainda faço isso, mesmo achando que não adianta, que o meu lado da corda está arrebentando, eu e essa minha mania besta de insistir me deixam aqui puxando essa corda sozinha. Eu acreditava, momentaneamente desacredito tanta coisa.
Hoje eu só queria falar sobre como é difícil seguir o conselho de uma amiga próxima: "Deixe ir...", Manuh como é difícil fazer isso apesar de saber que é o certo, o melhor a ser feito. Deixar ir. Aproveitar para deixar ir também tantos outros que venho mantendo a duras penas, talvez isso é que tenha esgotado a minha fé, a minha fé nas pessoas.
Essa coisa de ser diferente sempre me faz cutucar aquela ferida escondida lá no fundo, essa vontade boba de manter pessoas sempre em qualquer circunstância me levou pra tantos momentos... A vida é assim mesmo né? Isso que se revela aos poucos nesse momento. E eu tenho que entender que devo deixar ir, os amores, os amigos, a vida.

segunda-feira, agosto 03, 2009

Momento de encarar os fatos*

O 5 de Copas é o seu arcano do aconselhamento nesta tiragem, Bin, e vem para lembrar deste momento como sendo importante para que você possa ver as coisas que você evitava ver. Chega de ilusões auto-impostas! Por mais dolorido que seja, é hora de identificar o que precisa ser mudado e parar de projetar expectativas excessivas nos outros, afinal isso não é justo nem com você, nem com os outros. Confronte-se com os fatos, ainda que uma parte sua evite tacitamente fazê-lo, por puro medo de sofrer. Lembre-se que sofremos mais ainda quando insistimos em histórias que não dão certo. A maior parte de nossos sofrimentos deriva de insistências tolas que fazemos, a despeito de todos os conselhos em contrário.

*tirando tarô no personare. Diz tudo, diz não?

terça-feira, julho 21, 2009

"Tão estranho carregar uma vida inteira no corpo, e ninguém suspeitar dos traumas, das quedas, dos medos, dos choros."*

Queria que pelo menos alguém um dia, levasse em conta o que vivi, o que tenho vivido, o quanto já cai e o quanto levantei em consideração antes de julgar-me. Sei que o que vivi não me livra das minhas falhas, nem quero que isso aconteça, só estou pedindo pra chegar devagar que eu ando frágil, pra não gritar que estou pensando e ando lenta por fora, em alta velocidade por dentro.
Que eu ando precisando da compreensão dos sábios...

*Caio Fernando Abreu

quarta-feira, julho 15, 2009

Se eu tivesse mais alma pra dar eu daria...*

Dei. Apesar de todas as opiniões cedidas pelas pessoas mais inoportunas. Dei. Mesmo com tudo contra e a possibilidade da dúvida. Dei. Porque eu sou dessas que dá por aí. Porque não lembro de mim sem esse hábito incomum, não lembro da minha reclusão.
Dei amizade. amor. afeto. rotina. tédio. conversas. bagunça. espaço. tempo. alegrias. risadas. bebedeiras. conselhos. E perdi. Perdi tudo que ainda p0deria se repetir. Pensei, chorei muito ontem sentindo-me miudinha, que no fundo, o doar-me faz bem a mim também. Não dou a quem precisa, dou porque preciso mesmo. E algumas vezes (por exemplo essa em especial) eu dei porque quis, acabei criando a fantasia que ele precisava, porém no fundo, no fundo quem precisava era eu. E disso só me dei conta no fim.
Eu estava fazendo bem a mim. E por tabela o meu interlocutor recebia algumas alegrias também. Essas minhas relações são intensas demais. Essas minhas relações de entrega na maioria das vezes só tiram de mim, pedacinho por pedacinho um sentimento bonito e nobre aqui e ali.
Eu achei de verdade que dessa vez o sentimento era sincero, que não haveria amizade mais pura que a nossa. Acreditei não estar alimentando mentiras, esperas, segredos. E fui dando, dando, recebendo, exigindo e retribuindo até o dia que... Pow! The end. Do nada. O fim sem dar o devido crédito a tudo que foi vivido. um tchau entre dentes. um tapinha nas costas e nunca mais olhares cúmplices, abraços sufocantes, confidências, jogar conversa fora, nunca mais.
Eita costume besta esse. Distanciar pra resolver. Nunca foi fácil pra mim respeitar esse direito do outro de distanciar. Pra mim sempre foi abraço, conversa, respeito ao passado e esperança de muita cumplicidade no que há de vir. Pra mim relações não acabam. Se redimensionam.
Mas agora é respeitar mesmo o direito do outro de distanciar. Infelizmente. Mesmo sem saber o porque do fim. Mesmo sem espaço pra perguntar. É mais uma boa história jogada no fundo do poço.
Mesmo assim, ontem, antes de dormir, eu me perguntei se não era melhor dar menos, esperar menos, se não era mais seguro me esconder um pouquinho (distanciar). E logo limpei as lágrimas com um sorriso meio bobo. Não! Eu continuarei dando um pouco de mim. Continuarei recebendo um pouco do outro. Continuarei construindo relações, descobrindo pessoas e amores. Continuarei porque quando eu penso nessa coisa toda de entrega a frase "se eu tivesse mais alma pra dar eu daria" me inunda o peito de esperança e eu volto a acreditar, e a dar a cara e alma pra bater e cair muitas outras vezes mais.

sexta-feira, julho 10, 2009

Ser em construção: construiu.

Só agora as coisas estão se aquietando depois da mudança, falo das coisas daqui de fora, porque cá dentro está uma loucura. Não sei bem, mas é como se tudo precisasse de uma reavaliação de emergência, onde não pode haver pausas para descanso, para interagir.
Porque estou mudando por dentro agora. Estou mudando pra sempre, eu sinto isso. Como se num estalar de dedos eu pudesse inventar uma outra, não menos confusa, insana, tensa e ou impulsiva criatura, só uma outra. Com novas prioridades, novos afazeres e algumas mesmas dúvidas. Mas é bom né? Duvidar sempre. Pelo menos não é a aceitação ignorante.
Então, estou organizando o apartamento novo ainda. Dando a ela a nossa cara, com poucos recurso e caminhões de criatividade. Faltam ainda muitas coisas e não são só itens materiais.
Mas estamos bem. Alimentados e felizes no nosso cantinho. Que nem é grande nem pequeno demais, o que importa, é nosso.

A ser em construção acabou de construir casa nova, porém não conseguiu ainda trabalhar na construção interna como gostaria. Cada coisa a seu tempo né?

sábado, junho 20, 2009

MUDANDO...

Nesse exato momento mudo de casa. de ares. de vida.
continua sendo a mesma aqui dentro (pelo menos acho que sim), só que ainda mais encantada com as possibilidades.

TOMARA...

terça-feira, junho 09, 2009

Dodoi.

Uma boba, sempre potencializando o sofrimento em dores reais. Fiquei doente de novo, porque não consigo controlar-me e tudo acaba sendo psicossomático mesmo.

quinta-feira, junho 04, 2009

Uma outra.

Até o mamão de todas as manhãs hoje tem um novo gosto. Hoje eu sou outra, não tão diferente assim apenas outra. Pelo menos é o que sinto. E me volta aquele gosto de antes, sentimentos de antes, assim, a vida se renova voltando a ser, confuso não? É exatamente assim que me sinto.
Sou o que foi revirado, tenho novos cacos nas mãos. E tantas outras cicatrizes... E nenhuma dor é maior do que o prazer de vivenciar o novo, mesmo que ele venha do revirado. Nenhuma dor é maior. É no revirado que me refaço, compondo-me novamente, reorganizando as mesmas notas. A perfeccionista que eu não sou, ou não me reconheço sendo, entrando em ação.
Surgem sentimentos novos, lógico, surgem idéias novas e eu me refaço não tão totalmente feita do antes, repaginada. Livro antigo reaberto. Aquele jogado num canto qualquer, por causa da dor que causou, do desatino, pelo que não foi entendido, e de repente reaberto. Revisto e revivido pelo meu leitor ávido de descobertas perdidas na experiência anterior.

sexta-feira, maio 29, 2009

Conversa.

Ontem você foi tão sincero. Ontem você disse a verdade, uma verdade que deveria ter me ofendido, me magoado, e eu só posso dizer como foi bom ouví-la. Aquela foi a sinceridade que sempre quis de você, sempre foi desejo maluco meu, te ouvir dizer o que te incomoda porque as vezes me canso de ficar adivinhando.

Eu queria reencontrar as boas palavras, queria poder escrever-te um dos meus melhores textos, mas não consigo, sempre que escrevo para você ou sobre você, acho que não digo tudo, acho que não disse as palavras certas e me sinto uma boba que esqueceu como se faz a coisa que mais faz na vida. Porque você me transporta, e eu sempre vou para um outro lugar quando você chega perto, aquela agonia toda de ter experiências, falar o tempo todo, estar certa, não errar, vai embora. E dá espaço para a menina-mulher "quase mansa" que quer deitar nos seus braços, sentir cheiro de pescoço encostado e rir, rir muito das suas palhaçadas, até que a vontade de chorar a dor do mundo chegue e ela sempre chega. Eu sei que sempre posso chorar ao seu lado como uma desesperada, e minutos depois morrer de rir de qualquer besteira sem que a palavra loucura seja mencionada.

E eu sinto muito por ter dito, sinto também, por não lembrar que disse que você me sufocava. Sinto mesmo, talvez eu estivesse mais uma vez muito tensa para dizer coisas que tivessem sentido. Desculpa.
Sabe, eu não seria capaz de imaginar essa relação nossa, como eu imaginei a anterior com aquele outro cara, nunca. Porque eu não seria capaz de acreditar que o amor pudesse ser isso tudo, não entendia direito cumplicidade antes de você, não achava que a liberdade poderia ir além e vai, não seria capaz de imaginar todas as surpresas e principalmente o 'propagandista'. Você não poderia existir em mim na imaginação, não seria saudável morrer vivendo um amor interno. Você é mais do que eu posso imaginar, mais do ideia para um texto, um conto, um poema, você e pra casar e ter filhos - três se o dinheiro der, e mais dois gatos - constituir família, construir coisas, não é o cara que pode ser resumido num sonho meu.
Meu homem com a estrela assinada, o melhor de mim, a minha própria alma que vai e vem pela cidade construindo e executando coisas, livre, sem dúvidas e queixas, meu lado menino que adora brincar com meu lado menina entre um afazer e outro.
Espero ainda rir muito com você, espero ainda ter conversas como a de ontem.

segunda-feira, maio 25, 2009

Insisto.

Se você me perguntar eu respondo que tenho. Tenho um monte de problemas na sacola, tá a fim de dividir comigo é?! Eu normalmente negaria, mas ando por demais desesperada para me dar esse luxo. Se quer mesmo saber ando aflita com todas as mudanças que estão para acontecer, e aquela sensação de vazio bateu a porta novamente. O seu objetivo é me ajudar?! Então tenha paciência porque teremos que separar os problemas em graus de necessidade. São muitos. Intensos problemas. Mas por favor não se assuste, fique mesmo que no fim não me ajude em nada, ainda sim fique, a sua presença já me conforta.
A vida sempre foi assim, não me importo mais, criei casca.
Não sei até que ponto sou forte. Porém devo ser muito, muito forte mesmo, pelo menos para suportar a dor dos outros sou um rocha. Tenho nesses anos sido muito útil aos que me rodeiam, não dando tanta importância aos grandes erros cometidos pela minha mãe, ignorando todos as terriveis cenas que presenciei, respeitando o direito de ser livre e se envolver com quem quiser, terminando e começando relacionamentos sem se importar muito se eu gostava ou não dos que iam embora, respeitando o direito de permanecer no erro, mesmo que isso me afetasse. Para continuar sendo justa, respeitei o direito do meu pai de não ter me querido, perdoei o seu desejo a minha morte - ou melhor não dei tanta importância-, também respeito o seu sonho maluco de construir um "haren", tento suprir a necessidade dos meus irmãos para que ele não se sinta tão responsável.
Sei que não posso ser o alicerce sozinha, sei que não há justiça nisso, sei que um dia a casa cai. Sei que eu posso não resistir. Mas insisto. Resisto, pelo menos por enquanto. Enquanto houver forças, enquanto não houver vontade de chorar.
Persisto. Insisto. Resisto.
Mas o que importa?!
"...nada é tão triste assim"

sábado, maio 23, 2009

Indigesto.

Azia. Quando penso em você é o que me dá. Eu sei que é assunto velho, que na verdade, nem verdade foi, e que ainda estou remoendo o que não houve. Também lembro que matei você num outro texto a algum tempo atrás. Quero avisar de antemão, continua morto viu?! Só que eu achei um foto sua por aqui jogada, um sentimento meu por você estava guardado do lado dela. Agora que começo a pensar que se talvez eu arrumasse o quarto com mais frequência, eu não reviveria esse tipo de coisa.
Alemanha. Lembrei outro dia quanto te contei minha vontade inexplicavél de ir lá, a sua cara, aquela possibilidade de amor toda, será que você seria capaz de me amar por causa da sua vontade de ir a Alemanha também? Faria algum sentido se isso acontecesse?!
Tudo, ainda bem, aconteceu da melhor forma, para ambos, apesar da não possibilidade de viajar no momento. Nem sei o que quero dizer com isso tudo, onde quero chegar, que diálogo eu penso que posso estabelecer com o menino mudo. Calado sempre.
Ele falou um dia, eu lembro, me disse o que eu queria, um não.

quinta-feira, maio 21, 2009

Insegurança.

Sinto que é como se uma plantinha, uma plantinha muito especial que libera mais oxigênio que as outras, que é mais bonita que as outras, mais cheirosa, só que infelizmente é mais fraca também, fosse de minha responsabilidade. Sendo assim, todo cuidado é pouco. E como eu tenho cuidado. Respeito o espaço dela, os horários de colocar água e expor ao sol, a protejo do sol forte, da chuva pesada e, ainda sim, a vejo muchinha, triste, e fico muito assustada, como será se um dia todos os meus esforços não adiantarem?! Se um dia ela se for de vez?! Tenho muito medo dessa coisa de ir de vez, do fim, do não existir mais.
Coitada, é só uma plantinha frágil, que só tem a mim preocupada com ela, cuidadora dela, e eu não cuido bem nem de mim, e eu que não tenho disciplina para nada, faço das tripas coração para lembrar de não esquecer nada que a minha plantinha querida necessite.
Mas eu não sou suficiente para ela, ela sempre precisa de mais, quer mais, e eu lembro do pequeno príncipe, e eu me espelho nele. Como ela é frágil, como eu finjo não ser. Eu sei que ela e eu precisamos de mais uma porção de coisas, cada uma com as suas necessidades, e eu não posso fazer mais do que já faço, que já não tenho forças para carregar mais terra para adubá-la, nem tenho como arrumar um vaso maior, mais confortavél, não posso. Não tenho forças nem pra mim, nem para me livrar das minhas próprias pragas, entende? Sou alguém que precisa se desfazer desse compromisso de manter essa plantinha tão especial.

quarta-feira, maio 13, 2009

Não há talvez...

"Que bom, ai, que bom, que nunca vai haver talvez
Pra quem tudo na vida sentiu, disse e fez
Prefiro ficar só com a minha ilusão
Que matar a esperança de amar no meu coração"*

A manuh me pediu para ouvir essa música. Que bom! Ela me disse muito viu? Linda mesmo e com o cazuza cantando junto ficou uma coisa. É pelo nós, pelo que nós somos que posto ela aqui hoje.
Para a gente sempre lembrar que vale a pena.

*(ângela Rô Rô - Não há cabeça)

segunda-feira, maio 11, 2009

Comemorando o aniversário da irmã distante.

Quando a gente se conheceu não senti que aquela seria uma das mais importantes relações da minha vida. Os sinos não tocaram, o sol não brilhou diferente, nos conhecemos no banheiro.
No banheiro feminino da Escola técnica onde ambas estudavam, eu caloura, ela já concluindo o 3º ano. Conversa de banheiro mesmo, não era para dar em nada.
Essas entregas...
E a conversa foi rendendo, de repente eu já era o bicho dela (bicho: como se chama calouro por aqui), e coisas em comum vieram a tona, diferenças também. Ela era da Igreja Batista desde de pequenininha e eu não consiga acreditar muito que deus podia ter alguma coisa haver com a minha vida. Eu era filha de pais separados e era cheia de problemas familiares insolucionáveis, ela tinha uma família bastante acolhedora e unida que respeitava diferenças.
Com o tempo fomos dividindo estórias, vivencias, roupas, lanches, brincos, segredos e tudo que dava para tirar de mim e colocar nela e vice-e-versa. Choramos juntas de tristeza muitas vezes, morremos de rir até chorar juntas idem, passamos a noite em claro com medo juntas um dia. Durmimos tantas outras vezes juntas... E viramos irmãs. Num processo muito lendo de aceitação e respeito ao outro, e como ela era difícil. Mimada! E eu também não era fácil não, já dizia minha mãe. Ainda sim conseguimos transpor as diferenças, e as pessoas até ousavam confundir a gente de tão parecidas que nós tinhamos ficado. Não uma imitando a outra, isso não, era uma internalizando a outra. Gestos, expressões, caras e bocas, roupas, estilos.
Porque era fácil viver quando eu era um pouco ela, porque ela gostava de ser um pouco de mim.
Brigamos claro, muitas vezes. Por comida, por atitudes, por amigos, por ciúmes e manias, mas no fim sempre conseguimos voltar ao nós felizes-para-sempre.
A Isa, minha irmã de alma, me fez estudar política, a Isa me emprestou o pai dela pr'eu guardar para mim como se fosse meu para sempre. Ela divide até hoje os pais comigo, e a gente nem lembra mais quando eles me adotaram. Porque foi a família da Isa que tomou conta de mim quando eu estava doente, foi a família da Isa que deu sentido a palavra família para mim.
Hoje vivo sem a minha irmã viajante, um dia após o outro, que já nem lembro mais das nossas brigas mais sérias, só sinto uma saudade enorme. Sei que cada um vai para onde o mundo chama, sei que para ela ir foi a realização de um sonho, sei que doí em mim tanto quando doí nela. Hoje é o aniversário dela e eu não posso dar um abraço.

Esse amor que ela me ajudou a construir que é tão grande, tão intenso, faz de mim uma pessoa melhor, me faz querer ser uma pessoa melhor, pelo que fomos, pelo que somos. Principalmente, pela família que temos.

Feliz aniversário irmã...

quinta-feira, maio 07, 2009

A morte do patinho feio

Um vez me apaixonei por um cara. Um amigo em comum de um bando de amigos meus, numa festa, sendo mais exata num show. E olha que comigo isso aconteceu tantas vezes, mas dessa vez teve consequências.
Ele era bonito, tá bom esquisito (meu padrão de beleza), ele era sério (outro motivo), calado (interessante, enigimático). E aos poucos, alguns dias pensando sobre, como seria bom apaixonar-me de novo, que já era tempo, consegui sozinha convencer-me que era o cara e o momento certo.
Joguei-me num precipício. Já não dava mais para voltar, já tinha imaginado momentos bons demais com ele. Tolinha. Coitada, não tinha vivido nenhum.
Para encurtar a história, claro que a gente ficou junto algum tempo, claro que houveram momentos bons, claro que eu inventei tantos outros, retive como verdade e me apaixonei ainda mais como só eu sou capaz de fazer. Entrei de cabeça, sem medo da profundidade que a joça tinha, sem vestir roupa de banho, sem tirar os sapatos, sem estar preparada.
E foi a minha época mais deplorável. Quando a gente tem pena da gente, é osso. Eu sabia que não valia a pena, sabia que era dar para quem não quer receber, mas ainda sim eu dava, com todas as forças, com tudo que eu era capaz de dar. Entregas... Quis fazer dar certo. E no fim foi o mesmo que subir numa bicicleta de olhos vendados e pedalar até o muro mais próximo.
E ele foi o cara "a mulher da minha vida" de tão dócil, mais traiçoeiro que minha gata num carinho entre as pernas dela. E para piorar consegui uma boa história que nos ligava, uma daquelas bem boas para contar pros filhos e netos. Eu já não tinha mais dúvidas. Pisava em cacos de vidro, olhando sempre para frente e pensando 'são flores, são flores'.
E o calado, disse-me coisas cruéis, e o interessante virou um patinho feio, um boneco que eu fiquei mudando de lugar para ver onde ele ficava mais bonito para mim, eu o beijava e ele não retribuia, eu o amava e ele-boneco era incapaz de me amar de volta.
Um dia eu desisti daquele amor. Um dia o devaneio acabou, e eu só queria minha casa, minha cama e jogar aquele maldito boneco no baú para sempre. Já estava na hora de parar de brincar com bonecos que não interagem.

Hoje vivo um outro amor, bem real. Hoje só lembro do boneco as vezes, só vejo o boneco as vezes sentado no colo de uma outra menina, e riu sozinha, pensando como fui infeliz com aquele boneco, como fui infeliz.
Acho que esse é o momento, sei já o ensaiei várias vezes, mas agora é como se eu o expulssasse das minhas entranhas. Não quero mais nenhum sentimento, saudosismo ou lembranças daquele boneco. Nem palavras.
Quero esquecer que um dia investi num patinho feio esperando achar um cisnei. Quero não lembrar da minha imaturidade daquela época, menininha... Hoje sei bem que aquele maldito show que acontece todo ano, que me faz reviver aquilo todos os anos, esse ano será diferente, porque tomarei uma atitude. Vou pegar aquela droga de baú onde guardei aquele cara-mentira e jogar no mar.

terça-feira, maio 05, 2009

O que não sou e o quanto sou feliz mesmo não sendo

Posso não ganhar muito bem, nem ter certeza do curso que eu quero terminar na universidade já que faço dois concumitantemente. Posso não ter ido à Alemanha como planejado, não ter mudado de cidade, não conseguir deixar o cabelo crescer, nem fazê-lo ficar liso e de uma cor só. Posso não ter formado a mulher que sonhei ser, posso não ter mudado como queria, mesmo cometendo alguns mesmos erros, mesmo amando o que não deve ser amado, querendo o que não deve ser querido. Mesmo não sendo, ainda sou. Existo. Mesmo que não realizando todos os meus sonhos de menina.
Ontem rodopiando com amigos tão amados "ao som de uma banda qualquer", tá bom, da Banda Naurea que eu já estou cansada de ouvir, eu lembrei de tudo isso, tudo que não sou, do que não fiz, do que quis e não tive. E ao mesmo tempo pensei em tudo que tenho, o que construí, o que formei, o que mudei - as vezes naturalmente, as vezes sangrando a carne-, lembrei do que não sou mais, e principalmente e esse me deu um prazer enorme: o que eu não quero ser. O que felizmente não me tornei.
Onde e como sou feliz. E como eu-nós-o-povo-todo, como somos felizes simplesmente deixando-nos ser.

quinta-feira, abril 23, 2009

possibilidade de amor...

*ouvindo IRA!

Quando achei que ia dar um tempo, deixar a ariana apaixonada que sou de lado pra viver outros momentos, eu o revi e o plano não adiantou. Digo revi, porque foi a primeira vez que o vi como possibilidade, como uma 'pequena epifania'. Foi muito dolorido sair do relacionamento anterior, guardar aquele amor todo, recompor. E com a maior sutileza ele me ajudou, me viu sangrar, esperou meu tempo, principalmente, me deixou decidir a hora certa de tentar de novo. E a isso sou bastante grata.
Ele me deu amor, quando achei que ninguém tinha entendido muito bem que tipo de relacionamento eu queria. Deu-me compreensão e cumplicidade, enquanto eu imaginava que era um grande engano esperar por isso. Dividiu momentos e planos, e isso me confortou como cama de molas ensacadas, eu senti um alívio tão grande por poder descansar meus pés cansados de tanto pular de sonho em sonho.
E assim, acabamos construindo uma vida a dois gostosa demais de viver e ver crescer, com pitadinhas dos dois aqui e ali, mesmo que um seja bem diferente do outro. O amor nos une. O respeito e a Liberdade acima de tudo. E hoje eu nem imagino a vida de outra forma, com outra cor.
Nunca tão estável - em sua instabilidade contida - tão mansa, intensa, ardida e doce vezenquando. Na medida como ingredientes da receita do jantar de um grande chef.
Quando achei que tinha vivido todos os momentos bons possíveis da temporada, veio alguém e me contou que um novo momento estava para estrear. E eu não acreditei que seria tão bom, tão significativo e duradouro. Mas foi. É. E digo por conhecimento de causa, digo sem conter as lágrimas, que não poderia ser melhor, que o meu corpo e coração cansados agradecem.
Hoje ele ocupa o lugar que quiser em mim. Ele tem as chaves de todas as alas, entradas, saídas e bandeiras. Ele é livre, como só quem é livre pode compreender como se vive assim, e como é bom. Que a liberdade que esse amor têm o eleve, o engrandeça, o satisfaça.
Minha gigantesca epifania que já dura 3 anos e um tantão.

quarta-feira, abril 22, 2009

Uma pausa para sentir...

Fiquei doente esses dias. Tive febre alta, dor de cabeça alucinante, uma agonia no peito. Há quem diga que foi virose, eu vou além, foi a minha alma que me pediu um tempinho para pensar em mim e no rumo das coisas, vezemquando essas coisas acontecem. Mas nunca nas proporções desse fim de semana-feriadão. Eu quis tudo ao mesmo tempo morrer-viver-ficar-quietinha-sair-correndo-dormir-acordar...
E como sempre esse tempinho de cama ensinou-me um montão de coisas, jogou tantas outras verdades na minha cara e acabou dando-me mais alguns dias de alguma lucidez. Mostrou-me a verdade sangrenta que vivo na minha casa, a qual vivo todos os dias fingindo não importar-me, de uma outra forma e como doeu vê-la assim. Ensinou-me de quem eu posso esperar coisas e de quem nem vale apena mais esperar coisa alguma. E que chorar mesmo parecendo ser bem ridículo, já que não leva a lugar algum, ajuda a amenizar a dor insistente. Que chorar ainda é um jeito de dizer. Chorar ainda é um meio.
Que as entregas são muito importantes para mim, todas elas, todas as formas de entrega. Todas as possibilidades de escolha para se entregar. E mesmo tendo chorado todas as minhas entregas mal interpretadas, difíceis, ácidas, ardidas, apaixonadas, intensas e mansas, mesmo depois de ter avaliado que algumas não foram tão bem, ainda sim me entregarei. Esse é o único jeito, entende?! Esse é o meu meio. O meio que eu mais gosto de usar. E que novas amizades venham. E que os antigos amigos retornem. Que os novos problemas se abrandem. Que os velhos adormeçam.
Fiz um trato com a dor, o que der pr'eu resolver, já está resolvido! Sem pretextos para protelar. Mas o que for dolorido demais, o que eu ainda não posso lidar, o que machuca só de ser aberto. Adormeça. Esqueça. Aguarde. Estou compondo-me de força, coragem, certezas e escolhas para superar esses monstros.

Ainda não estou pronta.

sexta-feira, abril 17, 2009

essa passionalidade toda...

Sem muita concentração para fazer nada integralmente. Estou por aqui hoje, fazendo as mesmas coisas de sempre, sem o ânimo de sempre.
Ontem as aulas foram ótimas me deram um up enorme. Ando necessitada de uns outros papos, uns outros problemas para discutir. Pois a passionalidade nas atuais conversar beiram o incompreensível.
Sempre relacionamentos a serem discutidos. Sempre momentos alheios. Vontades alheias, que eu não sinto, que não compreendo muitas vezes. Quero ajudar, sei que ajudo em parte, mas no fundo, no fundo, uma vozinha diz aqui dentro é só procura...
Deixa ser, cada um tem um tempo, e discernir as vezes não é tão óbvio. Bem sei... Que doa se tiver que doer pra decidir, sofra-chore-grite eu vou estar por perto para ajudar a suportar porque amigos cumprem também esse papel. Só espero que não doa mais, que não chore tanto, que esse olhar desesperado se desfaça, que o grito realmente esvazie. Porque senão, não sei o que será de ti, não sei até onde posso suportar vendo-te sangrar, e permanecer calada tendo as respostas que procura, sei que você tem que conquistá-las. E é só por isso que permaneço calada.

quinta-feira, abril 09, 2009

Na véspera

Comecei um post falando como é triste pra mim fazer aniversário, porém, preferi recomeçar. Vou tentar falar de coisas boas, esse ano pelo menos.
Então 21 hein? Caramba e eu que pensava quando criança que com 21 eu seria bem diferente, sorriu sozinha de mim mesma, ainda com os mesmos medos. Cometendo alguns mesmos erros. Acreditando sempre, mesmo quando não há mais como dar certo. Sou a mesma menina-mulher de antes.
Só que com algumas experiências a menos, e tantas outras mais. Sinto falta do colo do vovô, sinto muito mais no meu aniversário. E sempre lembro da frase que ele repetia todos os anos 'Essa menina é muito esperta nasceu no dia que eu recebo a aposentadoria, não tem como não dar um presente' meu amado vô agora que você está tão distante, que eu não posso tocá-lo, ouví-lo, e procurá-lo para mais uma partida de dama, e que eu fico achando que ninguém pode comemorar meu aniversário comigo, não como nós nos divertiamos nas pequenas coisas. Espero por mais um dos nossos encontros nos meus sonhos, esse seria um grande presente.
Então, vai ser aniversário, mesmo sem avô, sem pai e mãe, sem bolo, sem festa, e o dia vai passar e depois de amanhã eu tenho 21. Hoje eu quero comemorar a vida de véspera para a deprê do aniversário não contaminar, vou passar a tarde com minha priminha linda que estou morrendo de saudades, deitada no chão inventando estórias e contos de fadas (a especialidade dela) rir, cantar 'palavra cantada' que eu ando com saudades, e quem sabe tomar um sorvete.
Rapaz esses planos pra hoje me animaram...

Feliz meu aniversário pra todo mundo!!!!!!!!!!!!!!!

quarta-feira, abril 08, 2009

Ariana com ascendente em Áquario

Então, quem convive com ariano, e/ou é um, entende qual o meu tema. Mesmo que quem me lê agora não acredite numa vírgula sobre horóscopo, ainda sim vou lavar minh'alma, expondo-me mesmo que isso possa até parecer ridículo no fim. Colher de chá porque meu aniversário está chegando.

A ariana que eu sou fala sem parar, pensa enquanto fala mesmo numa briga, mesmo quando o assunto é delicado. Isso mesmo a ariana que eu sou respeita meu 'processo mental' e tira do forno as palavras (idéias, sentimentos, dor, raiva, amor) ainda quentinhas. Isso me fez lembrar o forno do Habbi's 'piada interna'.
A aquariana que existe em mim defende essa liberdade de idéias e defende a ariana que sou e a liberdade que isso me dá com unhas e dentes.

A ariana que eu sou é puro pathos. Acredita no amor e todos as possibilidades de vivenciá-lo. Nunca 'desamou' ninguém na vida e acredita que nunca conseguirá essa maluquice. Quer ser sincera com seus sentimentos sempre e vive declarando-se por aí.
A aquariana que existe em mim acha que eu poderia ser mais amor amando o mundo todo sem medidas, a ariana já falou com ela e hoje temos um acordo.

A ariana que eu sou é apaixonada pela convivência e acaba vendo poesia em tudo. Adora deitar junto, rir junto, comer junto, dormir junto, chorar junto, beber junto, etc... Mas sempre acaba necessitando fazer tudo isso sozinha um pouco. Acredita que esse é o melhor jeito de se viver compartilhando.
A aquariana que existe em mim não discorda muito não. Acha interessante o junto-as vezes separado. Pra recaregar um pouco dos dois jeitos.

A ariana que eu sou é idealista e tenta fazer o melhor pra todo mundo sempre, mesmo que no fim, isso acabe fazendo um mal interno irreparável. Luta. Tem sonhos. Briga e defende a causa desde que já tenha lido e discutido sobre "ad infinitum".
A aquariana que existe em mim é uma líder. Mandona. Visionária incompreendida e adora essa idealista aí.

A ariana que eu sou adora ser ariana e não se imaginaria uma outra nem no pior momento. Apesar de todas as crises internas e de toda a exposição, ainda sim, é o jeito que sei ser, e como me expresso e ainda é o meu melhor.
A aquariana que existe em mim acha meio estranho ser a liberdade duas vezes, acha que seria melhor um equilibrio, seria mais confortável. Porém, quando estamos só nós vivendo: rindo atoa, chorando, gritando, amando, e cutucando onça com vara curta é que tudo se encaixa e nisso até o desequilíbrio fica na medida.

terça-feira, abril 07, 2009

Uma puta dor...

Há tempos não sentia o braço doer tão forte. Essa droga de L.E.R. acaba comigo, a dor afeta até o humor. É nessas horas que penso 'psicossomática um caralho!' será que eu consigo essa dor toda assim sozinha?
Estou procurando por aí um casulo. Um bom lugar para chorar minhas mágoas e dores. Ontem entrei em pânico, numa rua larga repleta de casarões bem pintados e perfeitos, um desespero de vida, um suspiro forçado. E uma dor insuportável, chorei um bom bocado, no meio da rua mesmo, as pessoas olhavam-me meio estranho, porém eu não estava nem aí o objetivo era sentir e eu estava sentindo. Minha cara não deveria estar das melhores mesmo. Encontrei o Di e chorei mais um bom bocado, encontrá-lo foi uma saída daquela dor toda. O Di é o meu porto, minha própria alma, a parte mais tranquila do que eu posso ser e não consigo sozinha.
Fui tomar uma massagem. E a moça da massagem disse 'pode ser da L.E.R mas eu acho que é stress' não diga!? Achei que você tinha sacado pela minha cara de lunática desesperada! Voltei pra casa com menos dor, menos, não inexistente, dormi um pouco e chorei a dor que nem sei de onde vêm, nem porque está aqui, só pra ver se ela ia embora mesmo e me deixava viver um pouquinho. Mas ela não deixa...
Fui trabalhar e encontrei uma flor branquinha no meu do caminho de sempre, e pensei, sou mais sortuda que o Drummond pelo menos no meu caminho tem uma flor! E isso acabou amenizando o fudido dia de hoje onde eu estou com uma puta dor que não sei de onde vêm, nem porque vêm. Mas a sinto e como sinto.

segunda-feira, abril 06, 2009

Sobre Camelos e Amarantes

Fui ao show do Marcelo Camelo (sábado, 4 de abril - aniversário da minha irmã mais nova), acompanhada por um velho amigo, o Eduardo, ganhei o ingresso e a companhia de presente de aniversário. Fui ao show para ver ao vivo o ex-vocalista de uma das minhas bandas prediletas tocar ‘janta’, música do seu novo trabalho que eu adoro, gravada com seu novo affair...
Pois bem, como foi lindo o show, as músicas um tanto paradas ao vivo ficaram bem melhores, o som bastante limpo, pouca gente, calminho, calminho como é a temática do cd.
A música que eu tanto esperava ficou linda mesmo sem a Mallu, e a grande emoção do show foram as músicas, ‘Pois é’, ‘Morena’ e o Golpe final ‘Moça’ do Los Hermanos, como o formigueirinho gritou e aplaudiu e pediu bis. Foi emocionante pra todo mundo.
O problema é que ouvi-las e cantá-las com o Camelo me deu um aperto no lado musical do meu coração, cantá-las sem o Amarante não fazia sentido algum! Nos shows que fui dos Hermanos algumas vezes achei que só o Amarante e eu tínhamos entendido o que tudo aquilo significava, sem ele perdeu o brilho.
Sim, sim o Camelo é muito bom. Mas o Camelo com o Amarante... Hummm roubando a expressão do amigo acompanhante: “Delícia!!!”. É verdade se a banda não tivesse sido desfeita não haveria o Little Joy, ou haveria?!, o fato é que eu quero tudo junto-e-misturado, Los, Little Joy e o Camelo, tudo que é bom e doce musicalmente...
Ai ai, sei, vocês vão dizer que eles estão voltando, que já fizeram shows por esses dias, que é só uma questão de tempo... Blá blá blá, agora me diz, que relacionamento que acaba e volta sem perdas? Quem não muda depois do fim? Quem não volta querendo refazer tudo de um outro jeito? Quem garante que eles voltam para ser o mesmo Los Hermanos que conheço?!?!?!
Perguntas, perguntas...
Mesmo tendo desencadeado uma crise musical interna, ainda sim, foi um ótimo presente de aniversário.
Obrigada Du!

P. S. fico devendo uma foto porque a net está horrível.

sexta-feira, abril 03, 2009

Eu sou um EU composta de uns OUTROS

Nunca foi muito fácil dormir para mim não. Talvez seja o peso das outras vidas, porque eu não vivi o suficiente nessa para pesar tanto assim. Só que ultimamente dormir ficou tranquilo, sem crises e é melhor nem comentar muito sobre isso pra canoa não virar...

...

Sinto saudades... Uma saudade irracional de uns outros tempos, onde amigos que agora estão distantes eram exageradamente próximos. Saudades de quando nós juntos em consenso decidimos viver uns para os outros. Um casamento de 14 pessoas. Uma ideologia. Um pretexto. Algumas consequências e o amor. Decidimos conhecer política juntos, e acabamos fazendo política algumas vezes.
Animais políticos apaixonadamente unidos. Servindo ao mundo mesmo que em pequenos gestos. Cumprindo o papel de ser humano "usando a racionalidade para o bem comum". Pena que não fomos racionais todo o tempo... Afundamos uns nos outros furando a carne, reorganizamos órgãos para que existíssemos todos uns nos outros. E agora, ando um tanto dolorida, revirada, sempre sinto que tem alguém saindo sem avisar, saindo de mim pra sempre, sem lembrar do compromisso que temos do pacto que fizemos.
Feridas abertas, algumas cicatrizes e um vazio no lado esquerdo entre as costelas de onde saiu o último viajante levando um pouco do fomos. E eu vejo sangrar, sinto arder, porém, não acredito que esse partir tenha acontecido mesmo. Não acredito que esse pra sempre possa ser nunca mais...
Revivo momentos, nas minhas sessões nostalgia antes de ir dormir e sempre tenho a certeza que ser composta por pessoas que a vida me permitiu escolher vale muito a pena. Até me faz acreditar que o deserto que existe entre meus pais e eu não faz a menor diferença.

quinta-feira, abril 02, 2009

"O meu amor tem um jeito manso que é só teu..."

Ou será que o meu amor é um furacão devastador? Uma amiga disse ontem que eu bagunço a vida das pessoas, quartos e afins (isso incluindo a/os dela) e depois saio e dou um tempo deixando toda a minha existência convertida em bagunça para que ainda sim, mesmo indo embora, que eu ainda permaneça. Engraçado. Eu penso a mesma coisa.
Eu existo. Sei que existo e o 'não ser' é trauma de ontem, e até talvez, da semana que vem, porém, hoje compreendo que sou isso mesmo bagunça. Bagunça-existencialista, onde estou onde incomodo.
E então meu amor que me parece tão fantástico em concepção, foi descrito em metáfora. E foi como confete no carnaval jogado pro alto e varrido pela multidão.
E acreditei ao menos uma vez que o meu jeito de amar fazia algum sentido, e agarrei-me a esse novo sentido que me foi soprado por uma amiga tão especial, voltei pra casa acreditando entender-me, possuindo o conhecimento sobre o que afeto nas pessoas. Fui para casa (que não é lar e nem é feliz) agradecida pela descoberta.
Pode até não ser manso. Mas é só meu!

quarta-feira, abril 01, 2009

"Além do mais, quem busca nunca é indeciso..."

"Pra falar verdade,
às vezes minto
Tentando ser metade
do inteiro que eu sinto..."*

Ser as vezes é muito duro. Defender-se todos os dias. Defender o que foi dito, o que é vivido. Como se a minha vida importasse muito no curso das outras vidas. E por isso aprendi a não expor tudo pra todo mundo, mesmo sempre esperando o tudo de todos. Não compreendo a omissão do que se é, ou melhor compreendo sim, como uma grande mentira contada repetidas vezes.

Eu não sou essa que esconde sentimentos em gestos contidos. Juro não sou. Não contenho-me. Se amo é integralmente. Se não gosto não nego. E sempre achei que esse era o jeito certo de viver. E hoje observando pessoas, sinto que não as conheço, o que é pior sinto que ouço mentiras constantemente sobre pessoas que adoraria amar. Claro que conheço pessoas que não se comportam dessa maneira, só que essas pessoas que eu conheço andam um pouco distantes.
Quero abraçar, beijar, sentir saudades, querer por perto sem ser mal interpretada. Não quero ser avaliada pela moral dos outros.
*Teatro mágico - Cuida de mim.

terça-feira, março 31, 2009

45 anos depois...

Hoje completa exatos 45 anos do golpe de 64. Diria que hoje eu consigo relembrar de um tempo que não vivi. Quando entrei no movimento estudantil li fascinada a história de tantos outros estudantes que como eu lutaram pelo direto de expor suas crenças, suas idéias de melhoria.
Eles Deram o suor e um pouquinho mais. Deram o sangue e um pouquinho mais. Os gritos, as dores, os medos, a coragem e a única coisa que acabavam com as próximas possibilidades de dar, a vida.



"Nos primeiros dias após o golpe, uma violenta repressão atingiu os setores politicamente mais mobilizados à esquerda no espectro político, como por exemplo o CGT, a União Nacional dos Estudantes (UNE), as Ligas Camponesas e grupos católicos como a Juventude Universitária Católica (JUC) e a Ação Popular (AP). Milhares de pessoas foram presas de modo irregular, e a ocorrência de casos de tortura foi comum, especialmente no Nordeste. O líder comunista Gregório Bezerra, por exemplo, foi amarrado e arrastado pelas ruas de Recife. "*


Estando eu no nordeste notícias como essa repercutiram muito dentro de mim. Claro que a conjuntura que vivi enquanto ME (movimento Estudantil) não representa nem de longe o que foi vivido em 64, mas acredito sim que a coisa no nordeste não mudou nada. Muitos nordestinos ainda resolvem seus problemas na bala, na pexeira e afins. Inclusive problemas políticos. Eu mesma sendo do ME fui ameaçada dezenas de vezes, perseguida por professores em sala de aula e fora dela, já jogaram o carro em cima de mim na rua, já depus para PF (Polícia Federal), já entrei em camburão e sai rapidinho por ser menor, já tomei advertência da PF, me meti em brigas em manifestações, tantas tantas coisas, que nem de longe representa o horror que foi a Ditadura Militar, mas que já me deram a noção de o quanto pode ser pesado querer defender-se, legitimar-se, expor idéias.
Essa não é uma homenagem ao golpe longe disso, é só uma lembrança 45 anos depois, relembrar os mortos, os torturados, os desaparecidos. Serve também para relembrar a impunidade aos torturadores anistiados, os mandantes-políticos torturadores, os médicos legistas inventores de atestado de óbito suicida. Ao momento da nossa história que repercute até hoje o que somos, e/ou o que sou por exemplo.
Talvez seja só mais um grito, só mais uma recordação de quem não viveu esses 21 anos de dor e muita luta, que seja, mas ainda sim é um grito e os gritos por aqui ecoam...

*fonte:ttp://www.cpdoc.fgv.br/nav_fatos_imagens/htm/fatos/golpe64.htm

sexta-feira, março 27, 2009

Que te importa?

Ando tentando dizer, não sei exatamente a intensidade disso, dizer alguma coisa que mude tudo, ou pelo menos termine essa fase. Li tudo que tive vontade. Procurei palavras novas, mudei de ares, me refiz. Pra quê? Agora, aqui sentada, caneta em punho e não me vêm nada.
Ultrapassei meu mundo, rompi fronteira, quebrei vidraças, me feri, sangrei sangrei e acho que até hoje ainda retiro cacos de vidros das mãos. Testei-me, testei-o, testei a todos. Até onde você suporta ouvir? Calei-me. Eu tenho um grande problema sei que tenho, só não lembro onde guardei. Eu tenho uma forma tão bonita... Que ninguém nunca viu, tenho medo de mostrar-me inteira e pura, sem proteções, por isso sou em partes suja, às vezes, para todo mundo, mas o que te importa?
Tento ser assim tão humana quanto você, sinto muito, porém, eu não minto tão bem assim. Sabe, eu dou o maior valor e até invejo a senhora que mora na frente do banco central, quando ele fecha, passo e a vejo brincando de boneca. Desculpe, a acho mais humana que você, ela ri, chora, se importa, ignora, senti frio, calor e dor. Tudo sem fugas ingênuas, a sua maior fuga é continuar viva.
Qual é a sua? Onde está a saída? Abra a porta. Essa conversa está pesada mesmo. Chá? Sente-se não há lugar nenhum para ir, qualquer lugar é bom lugar e qualquer hora é boa. Não, não consigo mesmo só sentar e fazer cara de paisagem. Eu sinto, como falei ainda tenho cacos de vidros nas mãos. Não! Curativo não resolve. Você ainda não entendeu não é? Eu não gosto de você “ser humano”.
Pra você nada disso importa, eu ainda não sou boa. Quem disse que quero ser? Ignore a minha falta de deixas, concordo, nunca fui boa mesmo. Verdade, eu sou o centro do meu mundo, você só esqueceu de dizer que ele (meu mundo) gira com o único intuito de não destruir o seu. Lembre-se mundos coexistem.

quarta-feira, março 25, 2009

Onde? Porquê?

Onde posso colocar as mãos? Onde devo colocá-las?
Perguntas, perguntas...
O horóscopo me disse hoje, sim eu acredito no horóscopo, que estou num momento muito bom. Também acho seu horóscopo, obrigada. Pra você também!
Tem tanta coisa que antes não via com tanta clareza assim e hoje, francamente eu as entendo. Sei pode ser como da outra vez que eu jurei não me importar muito com um certo músico e foi alarme falso, mas hoje não, e principalmente não sobre esse assunto. Agora é verdade. As coisas estão claras, leves, óbvias. Para não dizer que também estão sem saída. Esse é o novo caminho certo a seguir.
E que venham novos orkut, e que os mesmos sejam excluidos, na mesma maré. Nunca imaginei que isso algum dia me diria muita coisa...
Respostas, respostas...
E agora vai ser assim, atualizações, visualizações do teobaldo, uma pontinha de ciúmes inexistente aqui e ali. E vai passar, passando... Como machucado de bêbado. Doí pra lembrar quando foi, mas passa batido o resto do dia.
-- não era bem isso que eu pretendia postar --
(homenagem ao novo orkut do músico)

quarta-feira, março 18, 2009

Tanto querer...

Será que as pessoas reconhecem nos meus olhos os meus quereres???

Tenho dificuldade de reconhecer os quereres dos outros nos olhos por aí. Não sei até que ponto luto pelas coisas... Luto sim, sei que luto, só que hoje não estou acreditando tanto assim nesse empenho...

---> comecei esse post ontem <--

Hoje estou bem, fui visitar pessoas e me encontrar nelas um pouco, deu uma revitalizada boa, depois sai com um dos meus ex-namorados-músicos (um guitarrista) e ri muito. Ri de nostalgia. Ri de palhaçadas. Ri de bebedeira. Ri de desespero algumas vezes. E ele me trouxe em casa, conversamos sobre a nova faculdade dele e planos, e eu não estava com a menor vontade de falar sobre essas coisas, mas falei, falei pensando em tantas outras possibilidades de conversas. Estava mesmo precisando falar ontem.
E acabei ouvindo muito. Eu não reconhecia em mim essa capacidade para ouvir. E agora faço achando que foi a coisa que mais fiz na vida. Essa psicologia tem mudado minha cabeça. E depois, ontem foi bom pra matar a saudades de encontros em barzinhos sem hora pra voltar. voltar pra casa. voltar pra vida. voltar pra falta de certezas/ou para certezas. Isso sempre é difícil.
Voltei equilibrando-me na ponta dos pés tentando não magoar os calos da vida. Abracei pessoas na intenção de roubar algumas certezas e paz. Comi. Lavei os pés, o rosto. Deitei. E permaneci um bom tempo acordada rodopiando o quarto deitada na minha cama. Mesmo sem ter bebido demais, mesmo sem ter fumado demais. E ter querido tantas coisas...

terça-feira, março 10, 2009

"Não compreendo como o querer o outro possa pintar como saída de nossa solidão fatal. Mentira: compreendo sim"*


"Porque esse talvez seja o único remédio quando ameaça a doer demais: invente uma boa abobrinha e ria, feito louco, feito idiota, ria até que o que parece trágico perca o sentido e fique tão ridículo que só sobra mesmo a vontade de dar uma boa gargalhada"*

Comecei a pensar em outras coisas, sensações muito mais intensas. Coisas do Presente. Como é difícil decepcionar pessoas queridas, e é ainda mais dolorido saber que isso sempre acontecerá, num dado momento onde nenhuma força de vontade, nenhum pudor, nenhuma barreira mental pre-estabelecida consegue impedir, lá estarei eu novamente decepcionando alguém.

Sem que eu me arrependa diretamente, porque não é certo esperar tanto assim das decisões do outro. E se o meu próximo passo te esmagar?!

Cada um procura uma fuga não é? Também se não for quero que saiba que eu tenho as minhas, fica tão mais fácil suportar com elas...

Hoje eu durmo, muito mais, como muito bem, medito (acredite!), concentro-me. Não me peça para sair do eixo agora. Eu preciso desse momento, desse up, mesmo que pra você isso seja atirar-me num vale sem fim. É só um ponto de vista meu bem, só um ponto de vista.
Eu quero ser melhor, ser maior, suportar de cara lavada algumas coisas, porém, no momento eu não posso fazer isso. Nem por mim, nem por você.
Por ninguém no momento...


* Caio Fernando Abreu.

sexta-feira, março 06, 2009

Quantas rugas ainda me falta...

Não me sinto essa que tem 20 anos. Quero coisas que pessoas de 20 não querem, tenho coisas que pessoas de 20 anos não tem, e hoje estou me sentindo uma baleia no aquário. Onde eu não caibo, num lugar que não é o meu.
Tentei explicar-me ontem, você viu coisas que as outra pessoas não viveram Flávia. Isso! Dependemos das condições ambientais, do contexto das coisas e o seu foi diferente,... E isso só me fez questionar se eu já tive 20 anos por dentro, se já quis apenas um lugar legal pra ir, uma grana no bolso pra contribuir nas cotinhas de bebida e comida, um dia a mais pra terminar o artigo da universidade e um trampo de estagiário. Claro! Sei que deve existir aí aos montes, pessoas que como eu já tem outras responsabilidades aos 20, na verdade desde muito antes, e não dá pra fingir que isso não existe e que algumas etapas foram queimadas.
A sensação é a de estar dançando bem rápido de olhos arregalados no meio do salão enquanto todo mundo dança uma dessas baladas que não saem da cabeça.
Eu sempre fui diferente, sempre. Desde de pequena sendo a única que tinha pais separados na sala, a que veio de São Paulo, a que tem um avô sem pernas, que mora sozinha com a mãe, que só quer saber de ler, que estuda sozinha, que prefere quebra-cabeça a boneca, que adota cachorro de rua e que como verdura. Sempre aquela que é última a ser notada pelo cara e a única que ele liga no dia seguinte pra bater-papo depois da maior conversa que ele teve na vida, aquela que não é muito bonita, mas super-gente-boa. Agora me diz por que eu também tenho que ser a única que não tem cabeça de 20 anos???
Quantas vezes vou precisar ouvir: _Poxa eu jurava que você era mais velha!
Não tenho problemas com o fato de ser diferente só queria encontrar um jeito de continuar convivendo sem achar algumas coisas sem sentido, sem graça, sem objetivos.
Queria só as vezes esquecer essas minhas rugas na alma...

quarta-feira, março 04, 2009

Sentindo...

Deixo tudo assim.
Não me importo em ver
a idade em mim,
Ouço o que convém.
Eu gosto é do gasto.

Sei do incômodo
e ela tem razão
Quando vem dizer
que eu preciso sim
De todo o cuidado.

E se eu fosse o primeiro
A voltar pra mudar
o que eu fiz.
Quem então agora eu seria?
Ahh tanto faz!
E o que não foi não é,Eu sei que ainda vou voltar...
Mas, eu quem será?

Deixo tudo assim,
não me acanho em ver
vaidade em mim.
Eu digo o que condiz.
Eu gosto é do estrago.

Sei do escândalo
e eles têm razão.
Quando vem dizer
que eu não sei medir,nem tempo e nem medo.

E se eu for o primeiro
a prever e poder desistir do que for dar errado?
Ahhh, ora, se não sou eu quem mais vai decidir
o que é bom pra mim?
Dispenso a previsão.

Ahhh, se o que eu sou é também
o que eu escolhi ser aceito a condição.

Vou levando assim.
Que o acaso é amigo do meu coração
Quando falo comigo, quando eu sei ouvir...

(o velho e o moço - los hermanos)

Nunca fez tanto sentido...

segunda-feira, março 02, 2009

Sobre coisas que ardem e são boas...

Outro dia tive a oportunidade de desfrutar de uma madrugada das boas, papo bom, companhia idem. Conversamos muito aquela noite sobre tudo, inclusive sobre coisas que ardem e são boas, cada um tem uma opinião sobre. Óbvio! E algumas são muito malucas, mas puxei esse assunto porque desde então fico pensando sobre coisas ardidas e a minha compulsão por elas.
Não sou tão estranha assim, como imaginava, sempre correndo atrás do ardido de tudo, a Manuh é fascinada pelo ardido também, mas quero ampliar o tema da conversa me refiro a tudo que é ardido, dolorido, incomodo e eu insisto em fazer. Onde isso irá me levar??? Não muito longe daqui bem sei.
Tudo acaba em ardido na vida, na minha vida. Conversas maravilhosas e bem engraçadas no fim acabam revelando verdades ardidas em mim, relacionamentos maravilhosos, cultivados com muito carinho, defendidos com unhas e dentes, são difíceis de entender e acabam muitas vezes ardidos.
Ardido. Dolorido. Amargo. Ainda sim são bons.

"Tudo vale a pena quando a alma..., você acredita nisso mesmo???"

Acredito no amor. No meu jeito de amar tão confuso. Acredito no querer, e até onde isso pode me levar... Quero continuar mesmo que doa, que sangre que arda e se não arder o suficiente para ser bom, algumas pitadas de sal para chegar lá.
Se precisa doer e no meu caso precisa sim. Que doa. No fim, coisas que ardem são boas mesmo...

sábado, fevereiro 28, 2009

Uma procura...

Eu tantas vezes disse tantas coisas, coisas que não arrependo-me nem um pouco mais foram tão difíceis de serem ditas. Digo. Direi. Sempre quando achar que esse é o melhor jeito de resolver as coisas. Afirmo. Nego. Sempre que a integridade do que eu sinto for questionada.
Não mereço ser questionada além das minhas próprias questões internas. Já é tão difícil responder-me sempre. Justificar-me. Eu também fiz escolhas na vida, muitas vezes escolhas difíceis. Apesar de odiar escolher, decidir entre uma coisa e outra, ainda sim decido. Decido porque é o que acho que tem que ser feito. É correto. É sincero.

Sou responsável por minhas escolhas, espero que o mundo seja com as dele.

Espero que todos sejam com as suas. Eu fiz nesse caso e em tantos outros o que era certo. O que era direito. O que precisava ser feito.

E doeu escolher, sangrou pra decidir e foi bom para cicatrizar. Tudo tem um propósito. E no fim tudo continua a ser o que sempre foi uma procura.
...
(sobre um passado)

sexta-feira, fevereiro 20, 2009

Eu (um pouco sobre mim)



Sou ariana com ascendente em aquário. Meu namorado é aquário com ascendente em áries (loucura loucura!!!!!!). Acredito em astrologia. Não frequento igrejas. Amo pessoas reais. Sou atraída pelos defeitos só depois de conhecer acabo amando as qualidades também. Observo pessoas e não me atento a lugares. Converso olhando no olho, gesticulando sempre, mas vez ou outra me distraio e fico olhando ao redor. Tenho déficit de atenção. Sou dislexa. Tenho problemas com números e amo as letras. Escrevo pra viver. Trabalho e acredito nele. Leio rápido e se não estiver muito atenta acabo pulando trechos. Amo reler bons livros. Assisto o mesmo filme várias vezes na mesma semana se o filme me sensibilizar muito. Amo beterraba, como pessoas normais amam pipoca. Adoro gritar sem motivos. Brigo falando baixo. Converso o tempo todo, até sozinha. Não durmo. Não paro de falar. Amo e as vezes nem sei como ou porquê. Sou amiga de todos os meus ex-namorados, muito amiga. Não fujo de uma DR. Adoro sessão nostalgia. Fumo as vezes porque não sei como seria se não fumasse vezquando. Exagero em tudo. Dizem que aumento histórias. Sinto dor o tempo todo. Tenho ideais maiores do que eu. Só lembro de detalhes de pessoas nunca de um rosto completo. Se eu pensar muito sobre como se faz uma coisa acabo não sabendo mais como fazê-la, outro dia pensei como sairia de uma cadeira. Sou louca. Tenho medo de espíritos. As vezes vejo pessoas que não são reais. Não tenho medo de gente viva. Sou medrosa. Odeio multidão. Tenho medo de andar sozinha de elevador. Adoro morder. Beijo na boca amigos/amigas. Não vejo malícia em nada. Adoro conversar deitada. Odeio dormir sozinha. Amo minha gata o suficiente para não compreender esse amor e chorar as vezes por causa disso. Choro comovida sempre. Só sigo um mandamento: amar ao próximo como a ti mesmo. Amo Amo Amo descontroladamente... Sou caótica. Defendo ideias e não gosto de ser representada. Não tenho vergonha. Faço piada de tudo. Quero ser mãe muito muito muito. Sonho com meus filhos. Adoro banho de mar. Passar a noite na praia. Música o tempo todo. Minha vida tem trilha sonora. Sou apaixonada por Educação. Fascinada por Psicologia. Não gosto do funcionalismo público sem compromisso. Sou doente por computador. Mato e morro defendendo uma ideia. Não estou nem aí pro que pensam sobre mim (exceto o que pensa minha sogra pq aí é mentira pura). Não tenho pai. Minha mãe não é muito normal. Morro de saudades do colo do meu avô. Adoro cabelo curto. E aprendi que não fico bem e principalmente NÃO GOSTO DE CABELO GRANDE!!!!!!!
ufa!!! Agora sim estou livre.

quarta-feira, fevereiro 11, 2009

...

Eu queria escrever sobre a felicidade que me encantou por esses dias, sobre reencontros e despedidas. Não consigo. Isso mexe muito com o querer e o querer, no meu caso, nem sempre é racional.

Ai ai ai esse meu processo mental...

"Então, que seja doce. Repito todas as manhãs, ao abrir as janelas para deixar entrar o sol ou cinza dos dias, bem assim: que seja doce. Quando há sol, e esse sol bate na minha cara amassada do sono ou da insônia, contemplando as partículas de poeira soltas no ar, feito um pequeno universo, repito sete vezes para dar sorte: que seja doce que seja doce que seja doce e assim por diante. Mas, se alguém me perguntasse o que deverá ser doce, talvez não saiba responder. Tudo é tão vago como se fosse nada"
(C.F.A)

sexta-feira, fevereiro 06, 2009

Sobre o externo

Saindo do museu - da boca pra fora - vivi outras experiências. Reconheci o meu olhar no olhar de um grande amigo. De um grande. E bom viver a amizade e sua completude. Bom poder conversar durante horas passado-presente-futuro e poder palpitar sinceramente sobre tudo.
Reconhecer a paixão, o objetivo comum não tem preço. Nessas horas eu nem lembro de todos os quilômetros que nos separam, muito pelo contrário, nesses momentos eu só consigo vê-lo dentro de mim de uma maneira muito particular e indescritível. E eu gosto disso em mim, essa possibilidade para acolher algumas pessoas. Pessoas muito especiais, humanas. E quando eu me abro desse jeito, quando me exponho dessa forma, talvez eu não consiga exemplificar aqui apenas com palavras, sem minhas gesticulações inconfundíveis, esse prazer. Sinto que me re-componho, construo uma nova versão da minha melodia, reorganizo a letra, reposiciono os músicos (todos os músicos, piada interna) e não sou mais a mesma.
Ou melhor sou a mesma-o outro-a outra que cruza a linha tênue do não-ser-mais e ser. O aperfeiçoamento da essência (seria uma boa representação do que acontece) e eu me sinto abastecida para tantas outras batalhas, perdas, incertezas, dúvidas e felicidades. Reconheço-me humana na humanidade do outro, tão intímo que mora em mim e me visita 'vezenquando' mas no cotidiano nem o percebo aqui perambulando entre as minhas vivências.
Tenho que colocá-lo para fora reencontrá-lo fora de mim, ele e todos os meus sentimentos.
Tenho pensado muito nisso, nessa necessidade de externar para compreender, principalmente depois do Focault e do Freud de ontem, e sobre todas as possibilidades que eu tenho para externar de diferentes maneiras.

Agradeço a honra do direito de compartilhar a vida com você meu querido amigo, distante-íntimo e principalmente possível.