domingo, agosto 27, 2006

Crescer...

Gostaria de falar sobre tantas coisas...Mas existem tão poucas palavras em meu vocabulário palavras essas que não consigo usar para expressar tudo, esse tudo de coisas que me tocam profundamente, ou quase nada, as vezes não consigo perceber a dor; sofrer, algumas dores são tão prazerosas... Como é bom esperar uma semana inteira todos os dias esperando uma carta de amor valiosa, trabalhar um mês inteiro para receber o 1° de muitos outros salários que ainda virão.
Crescer, mudar, desenvolver. Passar de um tamanho pro outro, de um número pro outro. Meu pé cresceu ao longo do tempo, cada ano um pouco mais, e isso nunca foi tão importante pra mim; ou até tenha sido, porém hoje não lembro o dia que esperei meu pé crescer o dia que percebi que ele parou. Sempre quis ver como eu seria no futuro quando vivia num passado mais distante, (exatamente quando ainda era uma criançinha querendo desvendar o mundo). Mas hoje que estou no presente do futuro do meu passado de antes, não consigo sentir, não consigo ver, numa perspectiva que não seja a minha infelizmente. Não consigo ver além do espelho; além dos meus olhos; das minhas desculpas; dos meus traumas... Não consigo ver agora a mulher que eu queria ver antes, mesmo sendo agora a mulher de antes.
E isso é uma pena. Esperei tanto tempo, e agora não consigo. Mas também isso nem tem tanta importância assim, só quando dói; quanto futuco, confesso que até as vezes nem lembro. Tenho pretensões maiores agora, mas ainda relacionadas ao futuro, a diferença é que espero o futuro que vem depois do presente de agora, não o futuro do meu passado que é meu presente de hoje. Às vezes fico confusa com a ordem dos meus desejos. Voltando a minha nova pretensão, pois bem quero esperar o futuro de hoje um futuro distante... Quero ver a minha casa sair do chão, sentir meu coração encher, escolher cada móvel; cada companhia; quero ter meu filho em meu ventre (meus filhos, um depois o outro); quero sentir meus filhos saindo das minhas entranhas; sentir a dor, a alegria, o amor, tudo junto misturado confundido.
Quero dividir; compartilhar, e até agora acho que isso já escolhi, com quem vou viver todas essas coisas no futuro de depois se o depois não acabar mudando no presente do agora. Sinceramente espero que não, e se assim for espero que não doa muito. Mas que doa o suficiente porque a dor que sangra cicatriza a ferida viva de um coração não recuperado, e se essa dor chegar mesmo, tenho que chorar, tem que doer, sangrar... É bom parar, sem histórias tristes que dependem dos acontecimentos do presente que só vem mais adiante, prefiro esperar esse futuro-presente do que viver o futuro-presente agora.
Crescer além de difícil é estranho, quando a alma cresce o coração chora, estica sem querer, ou melhor, vivi coisas que não gostaria, a gente vive-sente-sofre-aprender-esquece numa velocidade louca, inimaginável a um coração aprendiz. Vivemos e viveremos isso tantas vezes, porque a gente nunca para de crescer, ou será que sou eu que nunca paro? Será que pararei? Talvez quando chegar a hora, bem que podia ser agora, mas si não é quando será?
Engraçado, sou a mulher do futuro do meu passado vivendo meu presente de agora mas mesmo assim ainda não entendi muita coisa ou na verdade eu até tenha entendido tudo, mas só hei de perceber no futuro do presente de agora tudo que perguntei no passado de depois.
Cada coisa ao seu tempo, ao seu modo.

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