terça-feira, junho 26, 2012

Sobre não comer e não acolher. (ou acolhendo a mim de jeito novo)

E se eu confessar para você que eu não sei mais nada, se eu admitir que tudo tem me cansado e que de novo eu ando focando nas coisas erradas, que eu ando dando aquela atenção exagerada ao que nunca precisa da minha atenção, você jura que só me ouve e deixa as coisas como estão? Porque eu estou bem. Tem paz nisso tudo e muito acolhimento, sou eu e meus processos. Tive vontade de comprar duas passagens para Minas e não comprei, sabe aquela coisa do contexto né? Estou lendo um livro que tem me deixado a flor da pele, mentira, eu ando assim desde da coisa de focar no Zen Budismo. Não importa mesmo o que me deixou assim. Mas sabe, o livro é delicioso, é sobre aquela mulher que me encantou e me lembra a Leila, a Pagú e diversas vezes me pega sem esperar nas mesmas dúvidas. É azedo e doce do jeito exato do tipo de leitura que me detém. Não consigo fazer yoga e meditar, não consigo responder emails, fazer ligações, pensar novos planos é que ando focada no meu umbigo. Isso aí no meu umbigo. Sinto uma dor nova ultimamente, nada do que se preocupar faz parte do meu jeito torto de desenrolar as coisas. E então Minas? É fica difícil. Um monte de coisas são difíceis comigo nesse exato momento. Tenho lembrado do saguão do aeroporto de Sampa e das 12 horas que passei lá sentada e das resoluções que fiz e no que falhei. É o meu melhor exemplo de solidão sabia? Saguão de Aeroporto é a imagem perfeita de solidão urbana. Ando sem fome, ou melhor sem vontade de comida, comer com prazer, preparar, desejar comida, acho que é porque estou tentando experimentar o diferente e nada me acolhe mais do que comer, e quando eu não consigo comer é sinal de não acolhimento eu acho. E eu confesso que tenho gostado de não sentir o acolhimento de sempre vindo de onde sempre é esperado, gostado desse silêncio que me imponho, do atual não escrever sobre os sentimentos e vivê-los, claro que eu estou longe do ideal mas quem sabe um dia né? Também quero dizer que você estava certo, está certo sobre mim e meus métodos, sobre o meu jeito confuso de viver e por estar certo você também sabe que eu não vou mudar nunca né? Ainda bem, por mim e por você. Nem que eu compre as passagens para Minas.

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