sábado, abril 30, 2011

O melhor de mim*

Gosto mesmo do turbilhão de sentimentos que se confundem dentro de mim. Gosto da ideia de não ser previsível. Gosto de não possuir certeza alguma, de querer sempre mais e mais, de acreditar que todo sentimento tem que ser honesto, que toda atitude tem sempre uma responsabilidade com o outro, gosto de saber que eu tenho amizades impossíveis, que todo os meus amigos verdadeiramente próximos me conhecem mais que a minha mãe. Gosto de tudo que faz com que os meus amigos continuem meus amigos, gosto quando eles aparecem em casa pra bater papo a noite inteira, dormem aqui, e como todos são bem vindos nas vidas uns dos outros, uma imensa bagunçada família de amor. E com eles os problemas parecem menores ou ficam ao menos suportáveis. Que cada um sabe que a perspectiva do outro faz parte das escolhas de cada um e sempre são respeitadas. Amo o respeito que os meus grandes amigos tem uns pelos outros. Amo muito os meus.

quarta-feira, abril 27, 2011

Cinza.

Um dia eu acordei e não era mais como antes. Simples assim, não haviam indícios, marcas, provas que a gente tinha estragado tudo, sabotado o cotidiano e ignorado as regras que nós havíamos criado. Aconteceu dentro de mim sabe, você nem percebeu que eu confabulava coisas, colocava tudo em xeque e movimentava os peões sem a tua participação. E eu baguncei tudo, deixei tudo espalhado, troquei os móveis de lugar para ver se você tropeçava em alguma coisa para doer, incomodar. Queria doer em você amor, queria causar mesmo que fosse incômodo. Tive medo de vê-lo dormir para sempre. Quando eu já não aguentava mais guardar a guerra em mim eu te joguei uma granada e abalei teu mundo. Você me olhou e eu agradeci pela oportunidade de passear no teu olhar novamente, de ter os teus ouvidos para mim, tuas palavras para esclarecer as minhas dúvidas, porque eu sempre amei as tuas palavras, ultimamente tão raras... Reencontrei o meu amor nos teus olhos naquele instante que você me fitou e que o teu mundo parou para acalentar o meu. Saiba que eu ainda estou questionando tudo, ainda está bagunçado, mas tenha paciência, eu quero reencontrar a gente, e isso exige um certo esforço, meu, teu, nosso.

sexta-feira, abril 15, 2011

Todas as noites são iguais os meninos satisfeitos e as meninas querem mais*

Amigos Sorvete Calor Música RO RO Takai Conversas Confidências e a tarde de sexta se transforma e vai virando noite devagar, como uma menina e seus pequenos seios, seus finos pelos crescendo e sem ninguém prestar muita atenção vai virando mulher. O sol se pôs, fez-se noite e eu ainda fiquei engasgada sem conseguir dizer algumas coisas que queria ter dito, ando assim entalada, nunca tive muito medo de falar nada não, nunca fui de me preservar ou omitir, mas é que eu ando cheia de dedos com os meus sentires, cheia de medos, e ninguém enfrenta nada assim né? Ou enfrenta?
Não sei de nada só quero continuar à escrever as coisas que pretendo, preservar as coisas que ainda não consigo lidar e viver a fossa. Mesmo sem saber porque dessa vez, mesmo não fazendo sentido algum. Tá aí na cara, então é pra viver.
Foi só mais uma tarde que imendou na noite e me acalmou a alma com solidariedade amiga. Não resolveu até porque a questão esta se materializando ainda, mas que ajudou, ah ajudou.

*Capital Inicial

terça-feira, abril 12, 2011

Vamos fugir?

Perco o chão as vezes, ou me desiludo da ideia de possuí-lo. Não sei. As vezes só quero um bom livro, um cd novo, um sábado ou domingo de introspecção total. Eu sou desse tipo de gente que precisa de gente pra pensar, preciso falar sobre as coisas para que façam sentido. Preciso sair por aí, respirar fundo, rever amigos, gritar, rir, comer em comunhão.
Gente preenche, palavras encantam e a minha se funde ao meu amor pela arte, pela literatura, pela música. E eu assumo as minhas fugas. Estou a fim de uma agora.

domingo, abril 10, 2011

Toda palavra é crueldade*

Queria escrever um texto sobre isso, de falar coisas que as vezes machucam pessoas, mas percebi que esse verso diz tudo que eu quero dizer hoje.

*Fala, Orides Fontela.