sexta-feira, outubro 24, 2008

Vendo com outros olhos outras pessoas

Ainda bem, possuo muitas pessoas queridas. Muitos amigos. Isso parece estranho se considerarmos a máxima de que os amigos de verdade se contam nos dedos. Sendo assim quantos dedos cabe em cada mão mesmo?
Nós somos meio estranhos mesmo, fugimos a regra. Somos irmãos e até um pouquinho mais, confidentes e cúmplices, idiotas pra fazer o outro rir um pouco, caretas para dar carão nos malucos além da conta, mãezonas e paizões para acalentar os deserdados.
Muitos desses amigos hoje estão espalhados por aí, Venezuela, Rio de Janeiro, Campinas, Salvador... Ontem precisei do colo de um deles, um colo do mais distante. Precisei de cigarros e vinho e conversas intermináveis sobre como não pirar, como não ceder, como parar de aceitar as coisas como são, precisei de uma roda de amigos insanos rindo e bagunçando a minha dor. Mas não deu.
Minha irmã querida está tão longe, linda e feliz estudando e conhecendo pessoas, não seria justo ligar tão tarde, para falar sobre toda a dor que eu sentia, e ainda, com tarifas tão caras. Óbvio tenho grandes amigos por aqui também, mas a gente tem aquela pessoa especial entre as especiais para contar. Aquele olhar compreendia o meu mundo e era tudo que eu queria, tudo que eu queria ontem.
Achei que eu não conheceria ninguém mais legal que todos eles, ninguém mais louco, ninguém mais aberto pra receber gente dentro si como eles. E tomei um tombo ontem, reconheci amigos assim em outras pessoas que de TÃO DIFERENTES deles passaram despercebidas. E no meio da vergonha pelo pré-conceito, eu só consigo pedir desculpas hoje.
Desculpa por esperar pouco amor de corações enormes, desculpa por não acreditar que o colo e a atenção de vocês me bastava, e principalmente, desculpa por não ter percebido o quanto eu era importante para vocês mesmo sendo louca e TÃO DIFERENTE.
Há amigos em todos os lugares e de todos os jeitos e nunca são demais.

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