segunda-feira, junho 27, 2011

Precisa-se.

Como posso sentir saudades do que não vivi, nem vi acontecer? Como me prender a planos e sonhos de tantos anos atrás? A vida é feita de fases não é? Então me diz em que fase me encontro? Estou com medo de parar de ver o lado bom do presente e começar a viver de passado, pior, passado que não existiu. Futuro desejado, planejado, porém não concretizado, ou seja, também inexistente.
O que eu tenho? Além do presente e do ausente? O que sou além de sonho e dúvida? Para onde ir se não consegui escolher o caminho ainda?
Olhos nos olhos, conversa baixinha, segredos, sonhos, planos, amor, carinho, leveza, afeto que escapa pelos poros, estou precisando de doses cavalares de tudo isso. Doses que substituam o frontal e o tilex de outrora. Quero sanar a dor com amor, dá pra ser?
Franco, honesto, sem reservas.
SEM RESERVAS, prometo. Torço para que eu consiga e se você puder torce por mim também que eu estou precisando.

Demostração de afeto na veia, now.

domingo, junho 19, 2011

Eu apenas queria que você soubesse*

Que eu vivi problemas demais, mesmo que eu ainda ache que não tenham sido o suficiente. Que eu já magoei e fui magoada um monte de vezes e que eu já ri de desespero, igual a um monte de gente que não admite. Já chorei de medo milhões de vezes e poucas pessoas já me viram chorar por causa disso. Por trás dessa coragem que arrotei todos esses anos tem a menininha que fui, que morria de medo da mãe esquecê-la por aí, a garota boba e insegura café-com-leite da maioria das brincadeiras por causa do tamanho, por causa da insegurança e da crueldade das crianças que brincavam comigo. Eu fui/sou o patinho feio da minha história, a que não se encaixa por vários motivos e que de alguma forma, inconscientemente sabe o porque, e que já não se importa mais, confesso que até gosto de ser esse tal pato, não me obrigo a ficar na fila das migalhas cotidianas, não quero mesmo uma vida de cinema. Gosto do sol forte que incomoda, do vento que sempre deixa os meus cachos bagunçados, dos meus erros, das minhas crises, das minhas artes, dos problemas que cultivo, isso mesmo CULTIVO, e da vida real que se apresenta na falta de grana, na não realização de planos, na preguiça, no trabalho, no noticiário da TV.
Gosto dos meus amigos espalhados, diferentes, misturados. De ser irmã-escolhida de um monte de gente, depois da rejeição do meu pai, isso acaba sendo uma misericórdia de família, das minhas cicatrizes que pontuam vivências, das minhas tatuagens cheias de palavras e de sentimentos que não cabem em mim. Apenas queria que você soubesse que a vida as vezes se intercala com fases muito difíceis, algumas dessas fases as vezes me desmontam, porém eu (sra. Batatão que sou) quando me restabeleço, junto as minhas peças e me remonto ainda melhor e garanto que saio melhor do entrei, pode ser que com mais uma ou outra cicatriz para rememorar, contudo não há nada que eu gosto mais do que essa eterna reinvenção.


*Gonzaguinha.

sábado, junho 18, 2011

Momento.

"Eu quero que tudo saia como um som de Tim Maia sem riscos de mim, sem desespero, sem tédio e sem fim."*


*Cazuza.

quarta-feira, junho 15, 2011

Será mesmo?

Será que eu sou doida como dizem ou será exagero? Então? Sou mesmo aquela que pune, com as palavras mais duras os amigos mais queridos? Será que eu realmente não penso nenhum segundo antes de falar? Será que eu não tenho paz, nenhum conforto e que realmente me faltam todas as certezas? Não sei. Não saberás. Não sabemos.
Eu sou sim. Tá uma palavra que me define bem. Você me ama? SIM! Você gosta? SIM! Você quer? SIM! Você nunca mais vai me esquecer? SIM. Mas como se eu também sou não. Você não me ama mais é isso? NÃO. Você me entende? NÃO. Você aceita meus motivos? NÃO. Você tem medo? NÃO SEMPRE. Você sabe onde quer chegar? NÃO. Você espera algo? NÃO, EU DESESPERO SEMPRE... e eu nem sei o que sou. E isso pouco me importa. Não sei quem são os outros, não os entendo plenamente, não me entendo, não me entendem e assim estamos quites. Não quero passar a vida tentando achar respostas, quero questionamentos 'ad infinitum' dá pra ser?
Sabendo eu que nunca vou achar o x, o lugar certo para se estar, o jeito certo de chegar nesse maldito lugar, a companhia perfeita para essa viagem, proponho a mim mesma não sair do lugar. Meus pés ficados no chão. E o meu amor pela palavra rodopiando a sala, invadindo os meus pensamentos e dominando-me. Quero a viagem dentro de mim. O devaneio lúcido. Um bom livro, um bom disco e alguns goles de amor. Uns instantes de sexo a todo vapor e a vida rodopiando a sala, se misturando com a palavra, com os meus pensamentos, com o meu universo que não cabe em mim.
Eu não me basto. Ninguém preenche e não há nada errado nisso. O que eu quero saber é o que os fazem quando não se questionam o tempo todo? Quando não testam a vida, argumentam, enlouquecem? O que é o não estar louco? O que é o não querer? Perguntas, perguntas, perguntas sem resposta.
Será mesmo que eu sou a única? Vai ver sou.
Palavras, palavras, palavras só as palavras que não consigo externar me entorpecem e o que não me falta é devaneio cotidiano, nem sempre lúcido. Delícia.

terça-feira, junho 07, 2011

que.

que eu ache um lugar seguro dentro de mim para passar um tempo. que a vida volte a fazer sentido. que eu não desista de defender o que sou com unhas e dentes. mesmo que agora algumas coisas estejam ainda confusas, mesmo com medo, mesmo com toda ansiedade, que eu não perca essa coragem de encarar e morder a vida, de me defender apenas com palavras e atitudes. que eu não me arrependa de ter me afastado das pessoas que eu já me afastei nessa vida. que um dia eu possa ter uma conversa bacana com meu pai, que mais madura eu aprenda e vivencie o perdão completo. que as minhas queridas boadrastas não me abandonem. que os meus irmãos sejam livres e felizes. que uma tarde na praia continue me recarregando como sempre. que o rio do povoado onde tantas vezes passei horas conversando com o Du, amigo antigo, continue sendo o meu silêncio e o meu respeito sagrado a natureza, que eu muitas vezes não compreendo, mas aceito de corpo e alma. que eu consiga respirar mais devagar. que a minha alimentação continue em progresso. que a alma continue a aprender e evoluir. que o meu avô continue sendo essa saudade gostosa de viver em dias inseguros. que as músicas sempre roubem as minhas palavras e sentimentos. que os sonhos se realizem. que eu não perca o interesse e a esperança nas pessoas. que a vida não seja totalmente doce, porque eu também gosto de salgado e/ou apimentado, mas que ela saiba a hora certa de intercalar os sabores. que as férias cheguem logo para que finalmente eu possa viajar e visitar minha irmã querida. que a casa continue lar, que o casamento continue honesto, sincero, agradável e totalmente possível. que os amigos não se afastem. que eu continue encontrando livros ainda melhores para ler, autores para conhecer e que sempre exista tempo para revisitar algumas boas histórias. que o trabalho continue agradável. que um outro tanto de coisas boas aconteçam...

segunda-feira, junho 06, 2011

Para esvaziar.

Cabeça cheia de coisas boas e más, como sempre. Chuva caindo desde que o dia amanheceu, insistente, dormi a tarde inteira para colocar as coisas em ordem. As vezes quando eu durmo eu choro o sonho inteiro. Invento um contexto triste e inseguro e choro horrores. Sou dessas pessoas que sentem com cada centímetro do corpo.
Estive um tanto despedaçada esses dias, verdades ruins que furam a carne, fiquei um tanto tonta, e confesso que nem sei se já estou tão melhor assim para falar sobre, mas estou vivendo, tentando digerir o lado bom, e o outro.
Me refugiei na comida, em comer, em cozinhar, como um amigo querido disse um outro dia na minha cozinha 'as suas fugas são bastante apetitosas'. Estou vivendo o prazer constante de cozinhar e comer, descobrir prazeres, reconhecer gostos, inventar outros. Experimentar. Num ambiente preparado para aceitar decepções. Onde se algo der errado, seja, sal demais, sal de menos, assado além do ponto, cru, cheio de pimenta e sem gosto, é só uma vertente, uma nova perspectiva, experiência para próxima. Uma tentativa controlada.
Porém na vida, e isso eu digo um tanto engasgada, algumas falhas sinceramente não caem bem. E estragam tudo.

P.S. não uso marcadores propositalmente, pois esse coisa que me enche a cabeça está praticamente relacionada a todos eles, assim como não faz parte de nenhum, se é que isso é possível.