segunda-feira, setembro 26, 2011

Sobre o novo jeito de viver. Querendo ser a Leila Diniz

Vivi coisas esses dias que ainda estou digerindo. Um viagem de férias, uma viagem dentro de mim. Conheci pessoas e lugares que me encaminharam a uma releitura da vida. E eu menina-mulher em construção que sou, acabei ficando sem palavras. Mesmo que isso seja a única coisa que eu tenho. Corrigindo, não que esteja literalmente sem palavras, mas é que elas estão trabalhando em outra coisa agora. Estou recompondo, vendo nascer um jeito lindo e novinho em folha de sentir e dizer. Eu que estava farta do de sempre, hoje me permito pensar em outras coisas.
Há mil por hora minha mente vaga procurando verdades, desmentido coisas, destruindo certezas. E confesso que em alguns momentos, entre um crise de pânico e outra, eu me perdi por completo. Eu precisei desesperadamente de um cigarro, uns goles rum, é poucas palavras. Eu precisei dormir um dia inteiro como nunca fiz na vida. Precisei gritar e assustar pessoas. Estava sentindo sem controle, tinha palavras furando a carne, sentimentos revirados e uma ressaca de viver enorme. Precisei jogar cartas noites inteiras. Precisei pensar em sexo, falar de sexo, imaginar sexo, sem fazê-lo. Me apaixonei racionalmente como há muito tempo não fazia. Sentada num cadeira na varanda deixando o tempo passar. Comprei um relógio, e comecei a deter segundos.
Comi jujubas compulsivamente. Comi tudo compulsivamente. Fiz compulsivamente. E tive calma por mais paradoxo que isso possa parecer. Decidi coisas, revisitei memórias. E desde então quando estou entre pessoas só observo. Quando estou só, me concentro. A hiperatividade que se foda, eu quero viver um pouquinho sobre o meu controle.
Quero questionar algumas verdades absolutas e se elas não forem muito boas, desistir delas. Sem medo de ser punida. Sem falsa fé. Romper é o que eu pretendo. Mesmo que isso possa me levar ao pó. Romper é o meu novo desejo. Chega de procuras vazias. Escrever sobre a vida será minha nova meta e é por isso que eu vou acordar todos dias daqui pra frente.