sexta-feira, dezembro 04, 2009

Puta medo do mar

Eu tenho um puta medo do mar daquela imensidão toda... As vezes tenho um puta medo de mim quando me vejo assim tão imensa. Tenho um puta medo de tudo que eu me reservo, tudo que há dentro da minha imensidão que eu não posso controlar... e eu quase não controlo nada.

Cabe em mim um maracanã para cada amigo querido distante, alguns muros de Berlin que coleciono com medo de ver o que há do outro lado, uma árvore de natal imensa de más recordações da infância e um daqueles edifícios gigantescos de Dubai de recordações de coisas boas que já vivi nessa vida. Eu só não sei onde exatamente cada coisa fica, não sei como organizar tudo, manter limpo e calmo esse lugar que eu nem sei direito onde fica dentro de mim.

E com tantas coisas para pensar, eu ainda tenho que me preocupar por que eu não consigo me livrar dessa saudade de você, não consigo explicar pra mim que não vale a pena que é melhor mesmo "deixar ir" que você não sente o mesmo nem pretende entender o que acontece com a gente. Sabe eu sinto uma puta falta da sua companhia, das conversas e dos passeios mesmo que alguns amigos digam pra mim que eu posso ter companhias melhores, mesmo assim, eu acredito no que acontece quando a gente divide momentos.

Eu tive que aprender tanto de você para conviver, e no momento, -bem nesse lugar onde estou para você- percebo que não aprendi o suficiente, entendo que não há nada mais para ensinar a você sobre como manter pessoas queridas por perto porque definitivamente você não é capaz de aprender.

Eu queria tecer novos momentos, eu queria compreender cada dia mais porque essa amizade é tão importante para mim, porque eu faço tanta questão de preservar você...

Eu queria entender porque eu gosto tanto do mar e ao mesmo tempo tenho tanto medo de não saber lidar com ele, de não entender onde ele quer me levar e de não conseguir pisar no chão.
Porque as coisas não podem ser menores, as imensidões transformadas em caixinhas de fósforo só por alguns dias, porque talvez assim eu consiga percorrer todos os caminhos que existem em mim e que infelizmente no momento é impossível chegar.