terça-feira, julho 21, 2009

"Tão estranho carregar uma vida inteira no corpo, e ninguém suspeitar dos traumas, das quedas, dos medos, dos choros."*

Queria que pelo menos alguém um dia, levasse em conta o que vivi, o que tenho vivido, o quanto já cai e o quanto levantei em consideração antes de julgar-me. Sei que o que vivi não me livra das minhas falhas, nem quero que isso aconteça, só estou pedindo pra chegar devagar que eu ando frágil, pra não gritar que estou pensando e ando lenta por fora, em alta velocidade por dentro.
Que eu ando precisando da compreensão dos sábios...

*Caio Fernando Abreu

quarta-feira, julho 15, 2009

Se eu tivesse mais alma pra dar eu daria...*

Dei. Apesar de todas as opiniões cedidas pelas pessoas mais inoportunas. Dei. Mesmo com tudo contra e a possibilidade da dúvida. Dei. Porque eu sou dessas que dá por aí. Porque não lembro de mim sem esse hábito incomum, não lembro da minha reclusão.
Dei amizade. amor. afeto. rotina. tédio. conversas. bagunça. espaço. tempo. alegrias. risadas. bebedeiras. conselhos. E perdi. Perdi tudo que ainda p0deria se repetir. Pensei, chorei muito ontem sentindo-me miudinha, que no fundo, o doar-me faz bem a mim também. Não dou a quem precisa, dou porque preciso mesmo. E algumas vezes (por exemplo essa em especial) eu dei porque quis, acabei criando a fantasia que ele precisava, porém no fundo, no fundo quem precisava era eu. E disso só me dei conta no fim.
Eu estava fazendo bem a mim. E por tabela o meu interlocutor recebia algumas alegrias também. Essas minhas relações são intensas demais. Essas minhas relações de entrega na maioria das vezes só tiram de mim, pedacinho por pedacinho um sentimento bonito e nobre aqui e ali.
Eu achei de verdade que dessa vez o sentimento era sincero, que não haveria amizade mais pura que a nossa. Acreditei não estar alimentando mentiras, esperas, segredos. E fui dando, dando, recebendo, exigindo e retribuindo até o dia que... Pow! The end. Do nada. O fim sem dar o devido crédito a tudo que foi vivido. um tchau entre dentes. um tapinha nas costas e nunca mais olhares cúmplices, abraços sufocantes, confidências, jogar conversa fora, nunca mais.
Eita costume besta esse. Distanciar pra resolver. Nunca foi fácil pra mim respeitar esse direito do outro de distanciar. Pra mim sempre foi abraço, conversa, respeito ao passado e esperança de muita cumplicidade no que há de vir. Pra mim relações não acabam. Se redimensionam.
Mas agora é respeitar mesmo o direito do outro de distanciar. Infelizmente. Mesmo sem saber o porque do fim. Mesmo sem espaço pra perguntar. É mais uma boa história jogada no fundo do poço.
Mesmo assim, ontem, antes de dormir, eu me perguntei se não era melhor dar menos, esperar menos, se não era mais seguro me esconder um pouquinho (distanciar). E logo limpei as lágrimas com um sorriso meio bobo. Não! Eu continuarei dando um pouco de mim. Continuarei recebendo um pouco do outro. Continuarei construindo relações, descobrindo pessoas e amores. Continuarei porque quando eu penso nessa coisa toda de entrega a frase "se eu tivesse mais alma pra dar eu daria" me inunda o peito de esperança e eu volto a acreditar, e a dar a cara e alma pra bater e cair muitas outras vezes mais.

sexta-feira, julho 10, 2009

Ser em construção: construiu.

Só agora as coisas estão se aquietando depois da mudança, falo das coisas daqui de fora, porque cá dentro está uma loucura. Não sei bem, mas é como se tudo precisasse de uma reavaliação de emergência, onde não pode haver pausas para descanso, para interagir.
Porque estou mudando por dentro agora. Estou mudando pra sempre, eu sinto isso. Como se num estalar de dedos eu pudesse inventar uma outra, não menos confusa, insana, tensa e ou impulsiva criatura, só uma outra. Com novas prioridades, novos afazeres e algumas mesmas dúvidas. Mas é bom né? Duvidar sempre. Pelo menos não é a aceitação ignorante.
Então, estou organizando o apartamento novo ainda. Dando a ela a nossa cara, com poucos recurso e caminhões de criatividade. Faltam ainda muitas coisas e não são só itens materiais.
Mas estamos bem. Alimentados e felizes no nosso cantinho. Que nem é grande nem pequeno demais, o que importa, é nosso.

A ser em construção acabou de construir casa nova, porém não conseguiu ainda trabalhar na construção interna como gostaria. Cada coisa a seu tempo né?