sábado, fevereiro 28, 2009

Uma procura...

Eu tantas vezes disse tantas coisas, coisas que não arrependo-me nem um pouco mais foram tão difíceis de serem ditas. Digo. Direi. Sempre quando achar que esse é o melhor jeito de resolver as coisas. Afirmo. Nego. Sempre que a integridade do que eu sinto for questionada.
Não mereço ser questionada além das minhas próprias questões internas. Já é tão difícil responder-me sempre. Justificar-me. Eu também fiz escolhas na vida, muitas vezes escolhas difíceis. Apesar de odiar escolher, decidir entre uma coisa e outra, ainda sim decido. Decido porque é o que acho que tem que ser feito. É correto. É sincero.

Sou responsável por minhas escolhas, espero que o mundo seja com as dele.

Espero que todos sejam com as suas. Eu fiz nesse caso e em tantos outros o que era certo. O que era direito. O que precisava ser feito.

E doeu escolher, sangrou pra decidir e foi bom para cicatrizar. Tudo tem um propósito. E no fim tudo continua a ser o que sempre foi uma procura.
...
(sobre um passado)

sexta-feira, fevereiro 20, 2009

Eu (um pouco sobre mim)



Sou ariana com ascendente em aquário. Meu namorado é aquário com ascendente em áries (loucura loucura!!!!!!). Acredito em astrologia. Não frequento igrejas. Amo pessoas reais. Sou atraída pelos defeitos só depois de conhecer acabo amando as qualidades também. Observo pessoas e não me atento a lugares. Converso olhando no olho, gesticulando sempre, mas vez ou outra me distraio e fico olhando ao redor. Tenho déficit de atenção. Sou dislexa. Tenho problemas com números e amo as letras. Escrevo pra viver. Trabalho e acredito nele. Leio rápido e se não estiver muito atenta acabo pulando trechos. Amo reler bons livros. Assisto o mesmo filme várias vezes na mesma semana se o filme me sensibilizar muito. Amo beterraba, como pessoas normais amam pipoca. Adoro gritar sem motivos. Brigo falando baixo. Converso o tempo todo, até sozinha. Não durmo. Não paro de falar. Amo e as vezes nem sei como ou porquê. Sou amiga de todos os meus ex-namorados, muito amiga. Não fujo de uma DR. Adoro sessão nostalgia. Fumo as vezes porque não sei como seria se não fumasse vezquando. Exagero em tudo. Dizem que aumento histórias. Sinto dor o tempo todo. Tenho ideais maiores do que eu. Só lembro de detalhes de pessoas nunca de um rosto completo. Se eu pensar muito sobre como se faz uma coisa acabo não sabendo mais como fazê-la, outro dia pensei como sairia de uma cadeira. Sou louca. Tenho medo de espíritos. As vezes vejo pessoas que não são reais. Não tenho medo de gente viva. Sou medrosa. Odeio multidão. Tenho medo de andar sozinha de elevador. Adoro morder. Beijo na boca amigos/amigas. Não vejo malícia em nada. Adoro conversar deitada. Odeio dormir sozinha. Amo minha gata o suficiente para não compreender esse amor e chorar as vezes por causa disso. Choro comovida sempre. Só sigo um mandamento: amar ao próximo como a ti mesmo. Amo Amo Amo descontroladamente... Sou caótica. Defendo ideias e não gosto de ser representada. Não tenho vergonha. Faço piada de tudo. Quero ser mãe muito muito muito. Sonho com meus filhos. Adoro banho de mar. Passar a noite na praia. Música o tempo todo. Minha vida tem trilha sonora. Sou apaixonada por Educação. Fascinada por Psicologia. Não gosto do funcionalismo público sem compromisso. Sou doente por computador. Mato e morro defendendo uma ideia. Não estou nem aí pro que pensam sobre mim (exceto o que pensa minha sogra pq aí é mentira pura). Não tenho pai. Minha mãe não é muito normal. Morro de saudades do colo do meu avô. Adoro cabelo curto. E aprendi que não fico bem e principalmente NÃO GOSTO DE CABELO GRANDE!!!!!!!
ufa!!! Agora sim estou livre.

quarta-feira, fevereiro 11, 2009

...

Eu queria escrever sobre a felicidade que me encantou por esses dias, sobre reencontros e despedidas. Não consigo. Isso mexe muito com o querer e o querer, no meu caso, nem sempre é racional.

Ai ai ai esse meu processo mental...

"Então, que seja doce. Repito todas as manhãs, ao abrir as janelas para deixar entrar o sol ou cinza dos dias, bem assim: que seja doce. Quando há sol, e esse sol bate na minha cara amassada do sono ou da insônia, contemplando as partículas de poeira soltas no ar, feito um pequeno universo, repito sete vezes para dar sorte: que seja doce que seja doce que seja doce e assim por diante. Mas, se alguém me perguntasse o que deverá ser doce, talvez não saiba responder. Tudo é tão vago como se fosse nada"
(C.F.A)

sexta-feira, fevereiro 06, 2009

Sobre o externo

Saindo do museu - da boca pra fora - vivi outras experiências. Reconheci o meu olhar no olhar de um grande amigo. De um grande. E bom viver a amizade e sua completude. Bom poder conversar durante horas passado-presente-futuro e poder palpitar sinceramente sobre tudo.
Reconhecer a paixão, o objetivo comum não tem preço. Nessas horas eu nem lembro de todos os quilômetros que nos separam, muito pelo contrário, nesses momentos eu só consigo vê-lo dentro de mim de uma maneira muito particular e indescritível. E eu gosto disso em mim, essa possibilidade para acolher algumas pessoas. Pessoas muito especiais, humanas. E quando eu me abro desse jeito, quando me exponho dessa forma, talvez eu não consiga exemplificar aqui apenas com palavras, sem minhas gesticulações inconfundíveis, esse prazer. Sinto que me re-componho, construo uma nova versão da minha melodia, reorganizo a letra, reposiciono os músicos (todos os músicos, piada interna) e não sou mais a mesma.
Ou melhor sou a mesma-o outro-a outra que cruza a linha tênue do não-ser-mais e ser. O aperfeiçoamento da essência (seria uma boa representação do que acontece) e eu me sinto abastecida para tantas outras batalhas, perdas, incertezas, dúvidas e felicidades. Reconheço-me humana na humanidade do outro, tão intímo que mora em mim e me visita 'vezenquando' mas no cotidiano nem o percebo aqui perambulando entre as minhas vivências.
Tenho que colocá-lo para fora reencontrá-lo fora de mim, ele e todos os meus sentimentos.
Tenho pensado muito nisso, nessa necessidade de externar para compreender, principalmente depois do Focault e do Freud de ontem, e sobre todas as possibilidades que eu tenho para externar de diferentes maneiras.

Agradeço a honra do direito de compartilhar a vida com você meu querido amigo, distante-íntimo e principalmente possível.

quinta-feira, fevereiro 05, 2009

TELA-PEÇA-BELA-DE-MUSEU

Eu queria abarcar o mundo. Eu queria ser entendida. Fazer-me entender. Mas essa fase não passa. Essa crise não passa. E eu não sei onde colocar minhas mãos. Não sei o que posso ou não tocar, a única certeza é que não devo. Tenho que completar ciclos, fechá-los. Estou num museu cheio de peças lindas, obras lindas, que eu admiro muito. Porém não posso tocar. Não posso porque é uma regra, não devo porque o segurança está olhando, não posso tocar para não danificar a peça. Aí lembro daquele quadro com um filósofo pintado que me remoeu tanto por dentro. Atingiu tanto e fico pensando: injusto. É injusto isso de não poder tocar, não poder danificar, não é vingança, não é esse o motivo. Às vezes eu só tenho uma vontade infantil de correr e dar um abraço no quadro pensando no filósofo para abarcar a dor dele. Dor que é minha também. Vontade burra de poupar os outros. Já que é uma dor tão conhecida não faz mal guardar para não incomodar. Eu quero que sangre, preciso querer sangrar em mim. no outro(s). na tela. Preciso que cicatrize para sempre. Coagule. Discutir para coagular. Quero sair correndo por esses corredores, já não consigo mais apreciar nada. Tenho que digerir um pouco dessa vontade de querer abraçar e compartilhar a dor. A minha dor é minha, não peça de museu. A sua dor é sua, você pode expor na tela ou na música que quiser. A nossa dor é nossa é bem verdade e espero que ela continue no passado, no instante que ela começou a sangrar.
Não tenho problemas com cicatrizes. Não tenho problemas com a dor. com a minha dor. O que incomoda é ver você doer. E saber que tem que doer em você também, sangrar... Danificar bem a tela, desconstruir a obra, refazer efeitos e ainda sim continuar sendo...

TELA-PEÇA-BELA-DE-MUSEU

que eu não posso, como nunca pude, não devo e não quero tocar.

estou caindo fora do museu.

"doer pra decidir"